Sidney Bechet, New Orleans 14 de maio de 1897 - París 14 de maio de 1959
Bechet começou a tocar clarinete aos 6 anos de idade, sendo assinalado pelos seus contemporâneos como um menino prodígio nesse instrumento.
Integrou varias "brass bands" de New Orleans até se mudar para Chicago, em 1917 onde toca com Freddie Keppard e Joe "King" Oliver.
Em 1919 viajou para a Europa com a Southern Syncopated Orchestra de Will Marion Cook, onde alem de tocar clarinete, executou uma peça num pequeno acordeon. As suas apresentações em Londres chamam a atenção do director de orquestra Ernest Ansermet, que lhe dedicou uma elogiosa passagem num artigo de opinião de uma revista especializada, a qual segundo se afirma, foi a primera crítica periodística sobre um músico de jazz: onde se afirmava "Sidney Bechet é un génio."
Na sua estadia em Londres interessa-se pelo saxofone soprano, instrumento que adopta e utiliza cada vez com mais frequência do que o clarinete.
De regresso aos Estados Unidos em 1922, a Nova Iorque, grava o seu primeiro registo discográfico, em 30 de Julho de 1923, com a Clarence Williams Blue Five: os temas Wild Cat Blues e Kansas City Man Blues.
Entre 1924 e 1925 realizou uma serie de memoráveis gravações com Louis Armstrong, que também havia integrado os conjuntos de Clarence Williams.
Em 1925, tocando na orquesta Revue Négre, acompanha Joséphine Baker para Paris, permanecendo na Europa até 1931, visitando diversos países e passando quase um ano numa prisão francesa em 1928, por envolvimento numa briga entre musicos.
Depois daquele "retrocesso" de 11 meses, continua correndo a Europa, regressando novamente aos Estados Unidos onde ingressa na orquestra Nobble Sissle. Em 1932 forma com o trompetista Tommy Ladnier um grupo chamado The New Orleans Feetwarmers, com a qual grava seis títulos de notória qualidade (entre eles Maple Leaf Rag).
A partir de 1938, empreende uma carreira como líder de diversas agrupações, sendo parte importante da corrente revivalista do jazz de New Orleans, tocando e gravando em diferentes cidades e circunstâncias, produzindo abundante material onde o saxofone soprano era a voz líder dos conjuntos.
Em 1939 realiza uma serie de gravações para o recentemente criado selo discográfico Blue Note, de Alfred Lion, entre as quais sobressai uma excelente e inovadora versão instrumental do clássico de George Gershwin "Summertime".
Em 1941 realiza uma experiênçia inédita para a época: uma sessão na qual interpreta seis instrumentos (clarinete, saxofone soprano, saxofone tenor, piano, contrabaixo e batería), que são gravados uma pista sobre a outra, para constituir a Sidney Bechet's one man band, o primeiro intento de gravação de um só musico que se tenha noticia.
Em 1949 viaja para França para participar no Festival de Jazz de París, na Salle Pleyel. Suas interpretações cativam o publico francês e no ano seguinte volta a París onde se estabelece definitivamente, convertendo-se numa celebridade do movimento de jazz tradicional francês, integrando as formações dos clarinetistas Claude Luter e André Reweliotty.
Em 1951 contrai matrimonio con Elisabeth Ziegler (com quem havia tido uma relação em Berlin na década de 1920), numa cerimonia apoteótica que teve lugar na vila de Juan-Les-Pins. Nesse ano compõe um dos seus maiores êxitos, Petite Fleur.
Em 1954 nasce seu único filho, Daniel, e depois de quase dez anos de residência permanente em França, com várias apresentações por toda a Europa, varios discos de ouro e muitos êxitos. Cai doente de cancro de pulmão, falecendo em París em 14 de Maio de 1959, no mesmo dia em que cumpria 62 anos.
"Bechet foi para mim o verdadeiro epítome do jazz... tudo o que ele tocou ao longo de toda a sua vida foi completamente original. Honestamente penso que ele foi o unico homem que eu queria ser nesta musica." —Duke Ellington
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