“Conversations With Christian”, é apenas Christian McBride e o seu baixo, usado para com uma diversidade fascinante de artistas, incluindo Angelique Kidjo, Regina Carter, Sting, Eddie Palmieri, Roy Hargrove, Dee Dee Bridgewater, George Duke, Chick Corea, Russell Malone, Ron Blake e a atriz Gina Gershon. Todos eles conseguem manter um nível de concentração e de inspiração notáveis.
A ouvir com especial atenção a reaproximação entre o jazz clássico e o blues que McBride e Regina Carter conseguem fazer em “Fat Bach And Greens”.
O dueto entre McBride e Roy Hargrove em "Baubles, Bangles And Beads" é maravilhosamente divertido. No final da música, nota-se a satisfação que deve ter sido para ambos os músicos, McBride diz : “Eu não imagino que precisamos mais do que isto” para a gargalhada de Hargrove ao fundo.
“It’s Your Thing” é um dueto exorbitante entre Dee Dee Bridgewater e McBride.
E depois este é um trabalho que nos toca e deixa uma sensação de nostalgia, especialmente nos duetos de McBride com dois grandes mestres do Jazz, que faleceram antes do álbum ser lançado. Em “Spiritual”, tocado com o falecido Billy Taylor, McBride com a sua técnica de uso do arco provoca arrepios e suspiros, enquanto o toque de piano de Taylor é magnifico, elegante e fino como ele próprio. O mesmo serve para o magnifico Hank Jones, numa perfeita interpretação de “Alone Together”, passeio descontraído pelos caminhos do Jazz.
“Conversations With Christian” demonstra que McBride está no seu melhor momento - ouvindo, rindo, criando e pesquisando em profundidade, contando com o talento inesgotável dos seus amigos.
Faixas:
Afirika; Fat Bach And Greens; Consider Me Gone; Guajeo Y Tumbao; Baubles, Bangles And Beads; Spiritual; It's Your Thing; Alone Together; McDukey Blues; Tango Improvisation #1; Sister Rosa; Shake 'N Blake; Chitlins And Gefiltefish.
Músicos: Christian McBride: baixo; Angelique Kidjo: vocal; Regina Carter: violino; Sting: vocal, guitarra; Eddie Palmieri: piano; Roy Hargrove: trompete; Dr. Billy Taylor: piano; Dee Dee Bridgewater: vocal; Hank Jones: piano; George Duke: piano; Chick Corea: piano; Russell Malone: guitarra; Ron Blake: saxofone tenor; Gina Gershon: vocal.
"...jazz é como um estilo que pode ser aplicado a qualquer tipo de canção." Jelly Roll Morton
quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Anita O'Day, a Jezebel do Jazz
Nascida em Chicago em 18 de Outubro de 1919, Anita O'Day foi uma das principais vozes femininas do jazz. O seu estilo tradicional oscilava entre o Swing e o Bop. Tinha um grande sentido de improvisação e de ritmo, e a sua voz era ligeiramente grave e sempre suave.
A primeira aparição de Anita O'Day numa big band rompeu com a imagem tradicional das vocalistas femininas, situando-as a um nível similar ao de outros músicos do grupo. Encorajada por sua mãe, entrou desde muito jovem no mundo da música, através de vários concursos em que participava, tanto como bailarina como cantora.
Depois de breves experiências com Benny Goodman e Raymond Scott, O'Day conseguiu um posto na orquestra de Gene Krupa em 1941. Varias semanas mais tarde, Krupa contratou o trompetista Roy Eldridge, formando-se um trio que alcançou grandes êxitos como "Let Me Off Uptown", "Boogie Blues" e "Just a Little Bit South of North Carolina". Esteve depois um breve período com Woody Herman para regressar outra vez com Krupa, até abandoná-lo novamente em 1943. Esteve com Stan Kenton em 1944 e, finalmente, antes de iniciar a sua carreira a solo em 1946, outra vez com Krupa.
A sua carreira explodiu em 1955 com o seu primeiro disco, editado pela Verve, que se chamava Anita (ou This Is Anita).
Anita O'Day foi sempre muito mais apreciada no mundo do jazz do que no da pop, e assim frequentou muitos festivais de jazz, aparecendo junto a figuras como Louis Armstrong, Thelonious Monk e George Shearing. A sua actuação no Newport Jazz Festival de 1958 tornou-a famosa em todo o mundo com a película Jazz on a Summer's Day.
A série de quase vinte discos que gravou para a Verve durante os anos cinquenta e sessenta, converteram Anita O'Day numa das mais distintas, seguidas e com maior numero de vendas no seu tempo, apenas superada por Frank Sinatra e Ella Fitzgerald. Os seus trabalhos mais importantes deste tempo incluem uma colaboração plena de swing com Billy May (Anita O'Day Swings Cole Porter with Billy May), um disco íntimo com The Oscar Peterson Quartet (Anita Sings the Most), vários tradicionais com a Buddy Bregman Orchestra (Pick Yourself Up, Anita), um trabalho de orientação cool com Jimmy Giuffre (Cool Heat) e um disco de ritmos latinos com Cal Tjader (Time for Two).
Após 1967, Anita O'Day teve que interromper a sua carreira devido a um extremo esgotamento físico derivado á sua intensa actividade artística e estilo de vida , e ao excessivo consumo de heroína. Após passar vários anos controlando a sua dependência das drogas e do álcool, regressou aos palcos no Festival de Jazz de Berlín de 1970 e nos começos do anos setenta, gravou vários discos, quer em estúdio quer em directo, muitos deles gravados no Japão, e alguns editados pelo seu próprio selo discográfico, Emily Records. Foi gravando sempre até aos anos noventa. Em 1981 publicou a sua autobiografia, intitulada High Times, Hard Times.
A primeira aparição de Anita O'Day numa big band rompeu com a imagem tradicional das vocalistas femininas, situando-as a um nível similar ao de outros músicos do grupo. Encorajada por sua mãe, entrou desde muito jovem no mundo da música, através de vários concursos em que participava, tanto como bailarina como cantora.
Depois de breves experiências com Benny Goodman e Raymond Scott, O'Day conseguiu um posto na orquestra de Gene Krupa em 1941. Varias semanas mais tarde, Krupa contratou o trompetista Roy Eldridge, formando-se um trio que alcançou grandes êxitos como "Let Me Off Uptown", "Boogie Blues" e "Just a Little Bit South of North Carolina". Esteve depois um breve período com Woody Herman para regressar outra vez com Krupa, até abandoná-lo novamente em 1943. Esteve com Stan Kenton em 1944 e, finalmente, antes de iniciar a sua carreira a solo em 1946, outra vez com Krupa.
A sua carreira explodiu em 1955 com o seu primeiro disco, editado pela Verve, que se chamava Anita (ou This Is Anita).
Anita O'Day foi sempre muito mais apreciada no mundo do jazz do que no da pop, e assim frequentou muitos festivais de jazz, aparecendo junto a figuras como Louis Armstrong, Thelonious Monk e George Shearing. A sua actuação no Newport Jazz Festival de 1958 tornou-a famosa em todo o mundo com a película Jazz on a Summer's Day.
A série de quase vinte discos que gravou para a Verve durante os anos cinquenta e sessenta, converteram Anita O'Day numa das mais distintas, seguidas e com maior numero de vendas no seu tempo, apenas superada por Frank Sinatra e Ella Fitzgerald. Os seus trabalhos mais importantes deste tempo incluem uma colaboração plena de swing com Billy May (Anita O'Day Swings Cole Porter with Billy May), um disco íntimo com The Oscar Peterson Quartet (Anita Sings the Most), vários tradicionais com a Buddy Bregman Orchestra (Pick Yourself Up, Anita), um trabalho de orientação cool com Jimmy Giuffre (Cool Heat) e um disco de ritmos latinos com Cal Tjader (Time for Two).
Após 1967, Anita O'Day teve que interromper a sua carreira devido a um extremo esgotamento físico derivado á sua intensa actividade artística e estilo de vida , e ao excessivo consumo de heroína. Após passar vários anos controlando a sua dependência das drogas e do álcool, regressou aos palcos no Festival de Jazz de Berlín de 1970 e nos começos do anos setenta, gravou vários discos, quer em estúdio quer em directo, muitos deles gravados no Japão, e alguns editados pelo seu próprio selo discográfico, Emily Records. Foi gravando sempre até aos anos noventa. Em 1981 publicou a sua autobiografia, intitulada High Times, Hard Times.
a bater nas peles...
GENE KRUPA (15 de Janeiro de 1909 - 16 de Outubro de 1979)
Gene Krupa será sempre conhecido como o homem que fez da bateria um instrumento solo. Em 16 de dezembro de 1927 fez sua primeira gravação. A interpretação de Nobody's Sweetheart, com a Austin High Gang, não marcou apenas o seu início na indústria fonográfica, mas começou tambem aí logo uma revolução: pela primeira vez um músico atreveu-se a gravar baixo e bateria. Por problemas técnicos, os engenheiros de som recusavam-se, até então, a gravar o baixo. A agulha de gravação saltava do rolo de cera, inutilizando o trabalho. Isso aconteceu até surgir Gene Krupa, que, com 18 anos, já tinha uma noção muito clara do papel do baterista numa formação. O baterista queria ser mais do que um mero marcador de compasso e, além do mais, sabia tocar o baixo sem fazer a agulha saltar na gravação.
Mas a pequena revolução ocorrida nos estúdios Okeh, de Chicago, não seria a única sensação envolvendo o seu nome. Em 16 de janeiro de 1938, escreveu-se mais uma página na história do jazz. Pela primeira vez o Carnegie Hall, o templo da música clássica, abria suas portas para o jazz e, pela primeira vez, os espectadores escutaram um solo de bateria, pelas mãos de Gene Krupa, então na orquestra de Benny Goodman
. As suas técnicas são explicadas no seu livro The Gene Krupa Drum Method, e em 1941 criou o concurso Gene Krupa Drum Contest. A sua arte nunca foi superada, dizem os críticos e entendidos. Gene Krupa foi "o começo e o fim de todos os bateristas", disse Buddy Rich no seu funeral, elogio que vale a dobrar , vindo de um colega e concorrente.
BUDDY RICH (30 de Setembro de 1917 - 2 de Abril de 1987) Trata-se de um dos musicos mais prestigiados da bateria jazzistica, reconhecido pela sua técnica, rapidez e habilidade nos solos.
Buddy Rich começou a tocar bateria quando tinha apenas 18 anos, era completamente autodidacta e começou a sua formação no Vaudeville, alternando seu papel como músico com o de dançarino e cantor. Em 1938 descobriu o jazz e começou a tocar no grupo de Joe Marsala, que deixou para se juntar à orquestra de Bunny Berigan. Durante 1939 tocou com Artie Shaw (numa época em que a sua orquestra era a mais popular), e durante 1939 a 1945 com a orquestra de Tommy Dorsey, numa etapa histórica.
Durante estes anos tornou-se obvio que Buddy Rich era o rei da bateria, havendo destronado o outro grande talento, Gene Krupa.
Rich formou uma orquesta de bop durante 1945-1947 (que não teve grande êxito), depois entrou em turnés com a Jazz at the Philharmonic, gravou com incontáveis estrelas dos anos cinquenta para a Verve, incluindo Charlie Parker, Lester Young, Art Tatum e Lionel Hampton), e trabalhou com Les Brown, Charlie Ventura, Tommy Dorsey (1954-1955) e Harry James (entre 1953-1966, com algumas interrupções).
Um ataque de coração em 1959 obrigou-o a descansar, voltando como vocalista, sem descurar a bateria. Em 1966, Buddy Rich formou uma big band que seria a sua principal ocupação nos seus ultimos vinte anos de vida. Muitos músicos, críticos e inclusive a maioria dos bateristas famosos de todo o mundo consideram Buddy Rich o melhor baterista de todos os tempos, sendo visto como uma espécie de ápice revolucionário e definitivo no instrumento.
MAX ROACH(10 de janeiro de 1924 - 16 de agosto, 2007). É geralmente considerado um dos bateristas mais importantes da história. Trabalhou com muitos dos maiores músicos de jazz, incluindo Coleman Hawkins, Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Miles Davis, Duke Ellington, Charles Mingus, Sonny Rollins e Clifford Brown.
Roach teve também os seus próprios grupos, e fez numerosas declarações musicais relacionadas com o movimento dos direitos civis dos Afro-Americanos.
Quando jovem, Roach, virtuoso percussionista capaz de tocar os tempos mais brutais com tanta subtileza como com power, estava entre um pequeno círculo de músicos aventureiros que provocaram grandes mudanças no jazz. Conseguiu ao longo de toda a sua carreira ser sempre inovador. Ao longo dos anos desafiou o seu público e a si mesmo, trabalhando não apenas com instrumentação jazz standard, e não só em locais do jazz tradicional, mas numa ampla variedade de contextos, alguns deles passando muito para além dos limites do jazz, seja qual for o significado que se dê a essa palavra. Tocou com um "quarteto duplo", que consistia em trompete, saxofone, baixo e bateria além de um quarteto de cordas. Tocou com um conjunto inteiramente de percussionistas. Fez duetos com intransigentes vanguardistas como o pianista Cecil Taylor e o saxofonista Anthony Braxton. Tocou sozinho. Escreveu música para peças de Sam Shepard e peças de dança de Alvin Ailey. E colaborou com artistas de vídeo, coros gospel e artistas de hip-hop.
Nas mãos de Roach, o kit de bateria tornou-se muito mais do que um mero meio de manter o tempo. Era um membro de pleno direito da linha de frente, não um mero instrumento de apoio. Em 1990 Max Roach explicou no New York Times: “You can’t write the same book twice. Though I’ve been in historic musical situations, I can’t go back and do that again. And though I run into artistic crises, they keep my life interesting.”
Gene Krupa será sempre conhecido como o homem que fez da bateria um instrumento solo. Em 16 de dezembro de 1927 fez sua primeira gravação. A interpretação de Nobody's Sweetheart, com a Austin High Gang, não marcou apenas o seu início na indústria fonográfica, mas começou tambem aí logo uma revolução: pela primeira vez um músico atreveu-se a gravar baixo e bateria. Por problemas técnicos, os engenheiros de som recusavam-se, até então, a gravar o baixo. A agulha de gravação saltava do rolo de cera, inutilizando o trabalho. Isso aconteceu até surgir Gene Krupa, que, com 18 anos, já tinha uma noção muito clara do papel do baterista numa formação. O baterista queria ser mais do que um mero marcador de compasso e, além do mais, sabia tocar o baixo sem fazer a agulha saltar na gravação.
Mas a pequena revolução ocorrida nos estúdios Okeh, de Chicago, não seria a única sensação envolvendo o seu nome. Em 16 de janeiro de 1938, escreveu-se mais uma página na história do jazz. Pela primeira vez o Carnegie Hall, o templo da música clássica, abria suas portas para o jazz e, pela primeira vez, os espectadores escutaram um solo de bateria, pelas mãos de Gene Krupa, então na orquestra de Benny Goodman
. As suas técnicas são explicadas no seu livro The Gene Krupa Drum Method, e em 1941 criou o concurso Gene Krupa Drum Contest. A sua arte nunca foi superada, dizem os críticos e entendidos. Gene Krupa foi "o começo e o fim de todos os bateristas", disse Buddy Rich no seu funeral, elogio que vale a dobrar , vindo de um colega e concorrente.
BUDDY RICH (30 de Setembro de 1917 - 2 de Abril de 1987) Trata-se de um dos musicos mais prestigiados da bateria jazzistica, reconhecido pela sua técnica, rapidez e habilidade nos solos.
Buddy Rich começou a tocar bateria quando tinha apenas 18 anos, era completamente autodidacta e começou a sua formação no Vaudeville, alternando seu papel como músico com o de dançarino e cantor. Em 1938 descobriu o jazz e começou a tocar no grupo de Joe Marsala, que deixou para se juntar à orquestra de Bunny Berigan. Durante 1939 tocou com Artie Shaw (numa época em que a sua orquestra era a mais popular), e durante 1939 a 1945 com a orquestra de Tommy Dorsey, numa etapa histórica.
Durante estes anos tornou-se obvio que Buddy Rich era o rei da bateria, havendo destronado o outro grande talento, Gene Krupa.
Rich formou uma orquesta de bop durante 1945-1947 (que não teve grande êxito), depois entrou em turnés com a Jazz at the Philharmonic, gravou com incontáveis estrelas dos anos cinquenta para a Verve, incluindo Charlie Parker, Lester Young, Art Tatum e Lionel Hampton), e trabalhou com Les Brown, Charlie Ventura, Tommy Dorsey (1954-1955) e Harry James (entre 1953-1966, com algumas interrupções).
Um ataque de coração em 1959 obrigou-o a descansar, voltando como vocalista, sem descurar a bateria. Em 1966, Buddy Rich formou uma big band que seria a sua principal ocupação nos seus ultimos vinte anos de vida. Muitos músicos, críticos e inclusive a maioria dos bateristas famosos de todo o mundo consideram Buddy Rich o melhor baterista de todos os tempos, sendo visto como uma espécie de ápice revolucionário e definitivo no instrumento.
MAX ROACH(10 de janeiro de 1924 - 16 de agosto, 2007). É geralmente considerado um dos bateristas mais importantes da história. Trabalhou com muitos dos maiores músicos de jazz, incluindo Coleman Hawkins, Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Miles Davis, Duke Ellington, Charles Mingus, Sonny Rollins e Clifford Brown.
Roach teve também os seus próprios grupos, e fez numerosas declarações musicais relacionadas com o movimento dos direitos civis dos Afro-Americanos.
Quando jovem, Roach, virtuoso percussionista capaz de tocar os tempos mais brutais com tanta subtileza como com power, estava entre um pequeno círculo de músicos aventureiros que provocaram grandes mudanças no jazz. Conseguiu ao longo de toda a sua carreira ser sempre inovador. Ao longo dos anos desafiou o seu público e a si mesmo, trabalhando não apenas com instrumentação jazz standard, e não só em locais do jazz tradicional, mas numa ampla variedade de contextos, alguns deles passando muito para além dos limites do jazz, seja qual for o significado que se dê a essa palavra. Tocou com um "quarteto duplo", que consistia em trompete, saxofone, baixo e bateria além de um quarteto de cordas. Tocou com um conjunto inteiramente de percussionistas. Fez duetos com intransigentes vanguardistas como o pianista Cecil Taylor e o saxofonista Anthony Braxton. Tocou sozinho. Escreveu música para peças de Sam Shepard e peças de dança de Alvin Ailey. E colaborou com artistas de vídeo, coros gospel e artistas de hip-hop.
Nas mãos de Roach, o kit de bateria tornou-se muito mais do que um mero meio de manter o tempo. Era um membro de pleno direito da linha de frente, não um mero instrumento de apoio. Em 1990 Max Roach explicou no New York Times: “You can’t write the same book twice. Though I’ve been in historic musical situations, I can’t go back and do that again. And though I run into artistic crises, they keep my life interesting.”
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
Leny Andrade, A Grande Dama da canção brasileira.
Leny de Andrade Lima, mais conhecida como Leny Andrade, (Rio de Janeiro, 25 de janeiro 1943) é a maior cantora de jazz brasileiro, sendo mesmo chamada por Tony Bennet de "Ella Fitzgerald do Brasil".
Começou a estudar piano aos seis anos de idade, mais tarde começou a cantar em programas de rádio para artistas amadores e ganhou uma bolsa para estudar no conservatório Brasileiro de Musica. Em 1965, chamou a atenção do público com o show "Gemini V", tocando com Pery Ribeiro e os Bossa Três no clube Porão 73, e lançou a gravação ao vivo desse show. Depois de uma turné bem-sucedida pela Argentina, Leny mudou-se para o México, onde viveu durante cerca de 5 anos. Nos anos 70, gravou álbuns que misturavam samba com musica avant garde: "Alvoroço" em 73 e "Leny Andrade" em 75. Em 1979 gravou para a Columbia o LP "Registro", voltando ao samba-jazz, um estilo de música que Leny dominava como ninguem.
Tocando com nomes como Dick Farney, Luiz Eça, Wagner Tiso, Eumir Deodato, Francis Hime, Gilson Peranzzetta e João Donato, Leny Andrade estabeleceu-se como a melhor cantora de jazz brasileira, devido à sua notável capacidade de improvisar. Nas décadas de 80 e 90, divide o seu tempo entre o Brasil e os EUA, gravando vários registos de samba-jazz, incluindo clássicos como "Luz Neon". Em 1993 estabeleceu-se nos Estados Unidos e começou a participar intensivamente em festivais de jazz. Em agosto de 1994, participou no Hollywood Bowl Festival em Los Angeles, actuando para cerca de 15.000 pessoas. No mesmo ano, apresentou-se no Lincoln Center e lançou o seu elogiado álbum acústico em dueto com o guitarrista Romero Lubambo, "Coisa Fina".
Em 1995, foi nomeada para o prêmio Sharp como Melhor Cantor MPB Feminino, lançando Letra e Música, em dueto com Cristóvão Bastos, um álbum de originais dedicado a Tom Jobim, com música e letra escritas em colaboração.
Leny Andrade nunca foi mega star, nem figura de proa para os média, no entanto é imensamente respeitada no meio artístico, e ainda hoje os seus constantes espectáculos impressionam. Para os grandes nomes é ela a autêntica Diva da canção brasileira.
Começou a estudar piano aos seis anos de idade, mais tarde começou a cantar em programas de rádio para artistas amadores e ganhou uma bolsa para estudar no conservatório Brasileiro de Musica. Em 1965, chamou a atenção do público com o show "Gemini V", tocando com Pery Ribeiro e os Bossa Três no clube Porão 73, e lançou a gravação ao vivo desse show. Depois de uma turné bem-sucedida pela Argentina, Leny mudou-se para o México, onde viveu durante cerca de 5 anos. Nos anos 70, gravou álbuns que misturavam samba com musica avant garde: "Alvoroço" em 73 e "Leny Andrade" em 75. Em 1979 gravou para a Columbia o LP "Registro", voltando ao samba-jazz, um estilo de música que Leny dominava como ninguem.
Tocando com nomes como Dick Farney, Luiz Eça, Wagner Tiso, Eumir Deodato, Francis Hime, Gilson Peranzzetta e João Donato, Leny Andrade estabeleceu-se como a melhor cantora de jazz brasileira, devido à sua notável capacidade de improvisar. Nas décadas de 80 e 90, divide o seu tempo entre o Brasil e os EUA, gravando vários registos de samba-jazz, incluindo clássicos como "Luz Neon". Em 1993 estabeleceu-se nos Estados Unidos e começou a participar intensivamente em festivais de jazz. Em agosto de 1994, participou no Hollywood Bowl Festival em Los Angeles, actuando para cerca de 15.000 pessoas. No mesmo ano, apresentou-se no Lincoln Center e lançou o seu elogiado álbum acústico em dueto com o guitarrista Romero Lubambo, "Coisa Fina".
Em 1995, foi nomeada para o prêmio Sharp como Melhor Cantor MPB Feminino, lançando Letra e Música, em dueto com Cristóvão Bastos, um álbum de originais dedicado a Tom Jobim, com música e letra escritas em colaboração.
Leny Andrade nunca foi mega star, nem figura de proa para os média, no entanto é imensamente respeitada no meio artístico, e ainda hoje os seus constantes espectáculos impressionam. Para os grandes nomes é ela a autêntica Diva da canção brasileira.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
"... aquele tipo lá no fundo do palco!"
O contrabaixista é considerado, pela maior parte do público, ainda que inconscientemente, como sendo “aquele tipo lá no fundo do palco”. Simpático, porém secundário. Muitos contrabaixistas já se queixaram dessa idéia pré-concebida. E, de facto, essa imagem está bastante longe da realidade no jazz moderno, onde o papel do contrabaixo é bem mais complexo. Quatro exemplos.
AVISHAI COHEN
Instrumentos: Piano e Contrabaixo.
Artistas relacionados: Chick Corea, Danilo Perez e Wynton Marsalis
Israelita radicado nos EUA desde 1992, Avishai Cohen chama a atenção não só pela sua apurada técnica como também pela inventividade e cosmopolitismo de suas composições.
BUSTER WILLIAMS
Instrumentos: Contrabaixo
Artistas relacionados: Miles Davis, Ron Carter, Herbie Hancock, George Coleman, Tony Williams, Sarah Vaughan e Wynton Marsalis
Um dos contrabaixistas mais requisitados dos ultimos quarenta anos. Possuidor de uma sabedoria quase oriental, o seu contrabaixo é reconhecido pelo tom encorpado e profundo, o seu ritmo é preciso e a técnica soberba.
CHARLES MINGUS
Instrumentos: Contrabaixo
Artistas relacionados: Billy Taylor, Stan Getz, Art Tatum, Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Bud Powell, Max Roach e Duke Ellington.
O mais influente contrabaixista do Jazz moderno dispensa apresentações. De toque nervoso, veloz e irregular, solos longos e intensos, Mingus, abriu caminhos para o jazz e para o contrabaixo em particular.
RICHARD BONA
Instrumentos: Contrabaixo, Piano, guitarra e Bateria.
Artistas relacionados: Herbie Hancock, Jacky Terrasson, Jaco Pastorius, Michael Brecker, Pat Metheny, Wynton Marsalis.
Um dos maiores virtuosos da actualidade. Este camaronês, para além de multi-instrumentista, compositor, e exímio contrabaixista é também dono de uma voz suave, que mistura nas devidas proporções docura com uma ponta de nostalgia, reflexo das suas múltiplas e variadas influências.
AVISHAI COHEN
Instrumentos: Piano e Contrabaixo.
Artistas relacionados: Chick Corea, Danilo Perez e Wynton Marsalis
Israelita radicado nos EUA desde 1992, Avishai Cohen chama a atenção não só pela sua apurada técnica como também pela inventividade e cosmopolitismo de suas composições.
BUSTER WILLIAMS
Instrumentos: Contrabaixo
Artistas relacionados: Miles Davis, Ron Carter, Herbie Hancock, George Coleman, Tony Williams, Sarah Vaughan e Wynton Marsalis
Um dos contrabaixistas mais requisitados dos ultimos quarenta anos. Possuidor de uma sabedoria quase oriental, o seu contrabaixo é reconhecido pelo tom encorpado e profundo, o seu ritmo é preciso e a técnica soberba.
CHARLES MINGUS
Instrumentos: Contrabaixo
Artistas relacionados: Billy Taylor, Stan Getz, Art Tatum, Charlie Parker, Dizzy Gillespie, Bud Powell, Max Roach e Duke Ellington.
O mais influente contrabaixista do Jazz moderno dispensa apresentações. De toque nervoso, veloz e irregular, solos longos e intensos, Mingus, abriu caminhos para o jazz e para o contrabaixo em particular.
RICHARD BONA
Instrumentos: Contrabaixo, Piano, guitarra e Bateria.
Artistas relacionados: Herbie Hancock, Jacky Terrasson, Jaco Pastorius, Michael Brecker, Pat Metheny, Wynton Marsalis.
Um dos maiores virtuosos da actualidade. Este camaronês, para além de multi-instrumentista, compositor, e exímio contrabaixista é também dono de uma voz suave, que mistura nas devidas proporções docura com uma ponta de nostalgia, reflexo das suas múltiplas e variadas influências.
Os grandes momentos do Jazz(19)
Encontro de gigantes. O mestre maior da guitarra brasileira e o grande combo do Jazz norte americano.
Os grandes momentos do Jazz (18)
Um dos temas maiores de Bossa Nova, numa interpretação superlativa pelos mestres do Jazz: Tom Jobim no piano, Pat Metheny na guitarra, Joe Henderson no sax, e na secção rítmica o contrabaixista Charlie Haden e na bateria Al Foster.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
As herdeiras da tradição vocal, Parte 3
Mais cinco nomes da nova safra de cantoras jazz que prometem fazer furor no género.
ERIN BOHEME
Com apenas 22 anos e dois álbuns lançados, Erin Boheme, norte-americana de Oshkosh, Wisconsin, tem como principal característica da sua música a mistura de diversas gerações de jazzistas. Costuma fazer com certa facilidade um mix entre o jazz old school – swingado e cheio de soul – e uma pop controlada, produzindo canções que parecem conseguir encontrar novos rumos para o jazz, mas que no entanto continuam intemporais.
O seu álbum de estreia "What Love Is", é uma dedicatória ao seu ídolo Frank Sinatra: “Anything" foi a primeira música composta por Erin quando tinha 15 anos; “Give Me One Reason”, é uma óptima versão para o clássico de Tracy Chapman; e “One Night With Frank”, conta uma divertida noite – fictícia, é claro – com Frank Sinatra.
SOPHIE MILMAN
De origem russa, Sophie Milman morou durante toda a infância e adolescência em Israel e depois mudou-se para Toronto, no Canadá, onde mora até hoje. Ao que parece, todos esses lugares, tão diferentes entre si, contribuíram para que a musica de Sophie tivesse um som bastante universal. O seu auto-intitulado álbum de estréia foi lançado em 12 de outubro de 2004, no Canadá pela Linus, e em 2006 no Estados Unidos pelo selo Koch.
Com uma carreira já estabelecida em terras canadenses, Sophie começou a destacar-se na cena internacional com o seu álbum de 2009 “Take Love Easy”. Venceu em 2008 um Juno na categoria de Vocal Jazz Album of the Year por Make Someone Happy. A destacar entre as suas musicas “Take Love Easy”, faixa com o mesmo nome do seu trabalho de 2009, que tem um ar totalmente old; “Água de Beber”, uma versão bastante original para a música de Tom Jobim e Vinícius de Moraes; e “Eli, Eli”, poema judaico brilhantemente musicado.
SARA GAZAREK
Dona de uma voz marcante, a americana de Seattle começou a sua carreira em 2005 com o álbum “Yours”, que teve críticas bastante favoráveis e chegou ao Top Ten da Billboard na categoria de Tradicional Jazz. Em comparação, os seus últimos trabalhos possuem já uma pegada mais contemporânea se comparados com o disco de estreia. Ela e a sua banda são conhecidos pelos constantes improvisos em palco. Sara foi considerada pela LA times "the next important jazz singer". A escutar com atenção “Leaving on a Jet Plane”, que tem um baixo e bateria bastante evidentes; a semi-acústica “The Luckiest”; e a swingada “Makes Me Feel That Way”.
DIANE BIRCH
Diane Birch poderia ter seguido a carreira de modelo, mas resolveu enveredar pelo mundo da música ainda muito nova, quando aos sete anos começou a estudar piano clássico. Hoje, aos 27, é praticamente uma nómada, pois já morou no Zimbabwe, na África do Sul, Londres e atualmente vive em Nova York. Toda essa diversidade tem sugestivos reflexos na sua musica, que é mais eclética e aberta a experimentações fora do jazz tradicional, do que outras cantoras da sua geração.
Seu álbum de estreia, “Bible Belt”, foi lançado em 2009, e em dezembro de 2010 lançou um EP de covers intitulado "The Velvetten age", acompanhada pela The Phenomenal Hand Clap Band. As canções variam na sua matéria, “Fools”, que fala da época em que ela viveu em Los Angeles; “Valentino”, que se refere a seu amigo imaginário na infância e mostra bem o poder de sua voz; e a emocional “Fire Scape”.
HOPE WAITS
Totalmente inspirada nas músicas dos anos 40 e 50, com uma clima meio cabaret e sensual, assim é Hope Waits. Com uma voz que em muitas músicas faz recordar a já consagrada Norah Jones, Hope destaca-se em seu primeiro álbum homónimo principalmente pelas composições e releituras que faz, sempre trabalhando o lado menos óbvio do jazz e do blues. Musicas a não descuidar: “Yesterdays”, música de Billie Holiday transformada no mais puro jazz de New Orleans; “The Ballad of Judith Anne”, feita em homenagem a sua mãe, que foi assassinada; e “Come Rain or Shine”, que facilmente poderia ter sido gravada por Fiona Apple.
ERIN BOHEME
Com apenas 22 anos e dois álbuns lançados, Erin Boheme, norte-americana de Oshkosh, Wisconsin, tem como principal característica da sua música a mistura de diversas gerações de jazzistas. Costuma fazer com certa facilidade um mix entre o jazz old school – swingado e cheio de soul – e uma pop controlada, produzindo canções que parecem conseguir encontrar novos rumos para o jazz, mas que no entanto continuam intemporais.
O seu álbum de estreia "What Love Is", é uma dedicatória ao seu ídolo Frank Sinatra: “Anything" foi a primeira música composta por Erin quando tinha 15 anos; “Give Me One Reason”, é uma óptima versão para o clássico de Tracy Chapman; e “One Night With Frank”, conta uma divertida noite – fictícia, é claro – com Frank Sinatra.
SOPHIE MILMAN
De origem russa, Sophie Milman morou durante toda a infância e adolescência em Israel e depois mudou-se para Toronto, no Canadá, onde mora até hoje. Ao que parece, todos esses lugares, tão diferentes entre si, contribuíram para que a musica de Sophie tivesse um som bastante universal. O seu auto-intitulado álbum de estréia foi lançado em 12 de outubro de 2004, no Canadá pela Linus, e em 2006 no Estados Unidos pelo selo Koch.
Com uma carreira já estabelecida em terras canadenses, Sophie começou a destacar-se na cena internacional com o seu álbum de 2009 “Take Love Easy”. Venceu em 2008 um Juno na categoria de Vocal Jazz Album of the Year por Make Someone Happy. A destacar entre as suas musicas “Take Love Easy”, faixa com o mesmo nome do seu trabalho de 2009, que tem um ar totalmente old; “Água de Beber”, uma versão bastante original para a música de Tom Jobim e Vinícius de Moraes; e “Eli, Eli”, poema judaico brilhantemente musicado.
SARA GAZAREK
Dona de uma voz marcante, a americana de Seattle começou a sua carreira em 2005 com o álbum “Yours”, que teve críticas bastante favoráveis e chegou ao Top Ten da Billboard na categoria de Tradicional Jazz. Em comparação, os seus últimos trabalhos possuem já uma pegada mais contemporânea se comparados com o disco de estreia. Ela e a sua banda são conhecidos pelos constantes improvisos em palco. Sara foi considerada pela LA times "the next important jazz singer". A escutar com atenção “Leaving on a Jet Plane”, que tem um baixo e bateria bastante evidentes; a semi-acústica “The Luckiest”; e a swingada “Makes Me Feel That Way”.
DIANE BIRCH
Diane Birch poderia ter seguido a carreira de modelo, mas resolveu enveredar pelo mundo da música ainda muito nova, quando aos sete anos começou a estudar piano clássico. Hoje, aos 27, é praticamente uma nómada, pois já morou no Zimbabwe, na África do Sul, Londres e atualmente vive em Nova York. Toda essa diversidade tem sugestivos reflexos na sua musica, que é mais eclética e aberta a experimentações fora do jazz tradicional, do que outras cantoras da sua geração.
Seu álbum de estreia, “Bible Belt”, foi lançado em 2009, e em dezembro de 2010 lançou um EP de covers intitulado "The Velvetten age", acompanhada pela The Phenomenal Hand Clap Band. As canções variam na sua matéria, “Fools”, que fala da época em que ela viveu em Los Angeles; “Valentino”, que se refere a seu amigo imaginário na infância e mostra bem o poder de sua voz; e a emocional “Fire Scape”.
HOPE WAITS
Totalmente inspirada nas músicas dos anos 40 e 50, com uma clima meio cabaret e sensual, assim é Hope Waits. Com uma voz que em muitas músicas faz recordar a já consagrada Norah Jones, Hope destaca-se em seu primeiro álbum homónimo principalmente pelas composições e releituras que faz, sempre trabalhando o lado menos óbvio do jazz e do blues. Musicas a não descuidar: “Yesterdays”, música de Billie Holiday transformada no mais puro jazz de New Orleans; “The Ballad of Judith Anne”, feita em homenagem a sua mãe, que foi assassinada; e “Come Rain or Shine”, que facilmente poderia ter sido gravada por Fiona Apple.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
O genial Wycliffe Gordon.
O extraordinário trombonista Wycliffe Gordon, músico nascido em Waynesboro, Geórgia, foi descoberto pelo trompetista, compositor e bandleader Wynton Marsalis no final dos anos 80.
Durante mais de 10 anos, Gordon fez parte do legendário combo Wynton Marsalis Septet e da big band Lincoln Center Jazz Orchestra, e ainda hoje é um dos colaboradores regulares nos projetos de Wynton e do Jazz at Lincoln Center, em Nova Iorque. Após lançar os últimos álbuns com o Wynton Marsalis Septet no final dos anos 90, o jovem trombonista deu um novo gás à sua carreira a solo iniciada em 1996, passando a lançar, nesta década de 2000, excelentes álbuns pelos selos Nagel-Heyer e Criss Cross, além de participar em diversos projetos paralelos, dentre os quais projetos dirigidos pelo grupo progressista de compositores chamado Jazz Composers Collective (Ted Nash, Ben Allison, Michael Blake, Ron Horton, Frank Kimbrough).
Sendo um dos principais trombonistas dos últimos tempos, Wycliffe Gordon, assim como o próprio Wynton Marsalis, é um adepto do tradicionalismo moderno, tocando, portanto, desde os velhos estilos do new orleans jazz, passando pelo gospel até abordagens de jazz mais contemporâneos, com ênfase no neo-bop e no modern post-bop.
A discografia de Wycliffe Gordon mostra uma vasta excelência musical: ora tocando tuba, ora experimentando diversos instrumentos como o trompete, o piano e até mesmo o didgeridoo australiano. Também possuidor de uma excelente voz, consegue cantar e improvisar no melhor estilo do scatting vocal, do qual o excelente álbum The Joyride é vivo exemplo. Gordon é um músico que figura, com uma assiduidade quase constante, nas listas de melhores trombonistas do ano da revista Downbeat, da JazzTimes e de outras revistas e jornais americanos dedicados ao género.
A discografia de Wycliffe Gordon mostra uma vasta excelência musical: ora tocando tuba, ora experimentando diversos instrumentos como o trompete, o piano e até mesmo o didgeridoo australiano. Também possuidor de uma excelente voz, consegue cantar e improvisar no melhor estilo do scatting vocal, do qual o excelente álbum The Joyride é vivo exemplo. Gordon é um músico que figura, com uma assiduidade quase constante, nas listas de melhores trombonistas do ano da revista Downbeat, da JazzTimes e de outras revistas e jornais americanos dedicados ao género.
Jazz no cinema: Dexter Gordon em "Round Midnight".
Dexter Gordon em Round Midnight, de Bertrand Tavernier, filme que é considerado o maior clássico do cinema mundial baseado totalmente no Jazz.
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Releituras dos Radiohead.
Uma das características do jazz contemporâneo é a busca de novos standards na musica pop, encontrar novos temas que dêem suporte para uma improvisação contemporânea, para uma estética que soe, efectivamente, actual. Aliás, assim como os músicos dos anos 30, 40 e 50 do século XX faziam versões jazzísticas de canções populares de Frank Sinatra, Cole Porter e George Gerswin, os músicos de hoje também fazem as suas releituras e as suas versões de canções da música pop actual: já em 1996, por exemplo, o grande e veterano pianista Herbie Hancock lançou um disco chamado New Standard, onde gravou diversos temas do pop e rock dos anos 70, 80 e 90, promovendo novos standards e sugerindo que o jazz almejasse um novo público. Nos dias de hoje, os músicos contemporâneos que perceberam a mensagem estão, cada vez mais, procurando actualizar o repertório jazzístico com novos temas do pop e rock contemporâneo.
Por norma quem tem mais crédito entre os jazzistas são as bandas e os cantores do pop-rock clássico como os Beatles, Led Zeppelin, Frank Zappa, Eric Clapton, mas agora aparece um novo movimento de releituras de temas de bandas e cantores contemporâneos como os Red Hot Chilli Peppers, os Oasis, a Bjork, Nick Drake, Radiohead, entre outros. Aliás, sobre os Radiohead houve uma verdadeira "radioheadmania" nos últimos anos: vários músicos importantíssimos do jazz contemporâneo já incluíram diversos temas da banda de Thom Yorke nos seus repertórios - são na sua maioria temas simples mas de acordes inteligentes e tons melódicos bastante peculiares, o que dá suporte para que os músicos de jazz apliquem harmonizações e improvisos sofisticados.
Actualmente o músico de jazz mais entusiasta das canções dos Radiohead é o pianista Brad Mehldau, mas vários outros já gravaram temas ou são devotos admiradores da banda de Oxford. Para além de Mehldau, e só falando dos mais mediáticos, há temas dos Radiohead tocados pelo trompetista Christian Scott, pelo cantor e pianista Jamie Cullum, pelo pianista Robert Glasper e pelo saxofonista Chris Potter.
Por norma quem tem mais crédito entre os jazzistas são as bandas e os cantores do pop-rock clássico como os Beatles, Led Zeppelin, Frank Zappa, Eric Clapton, mas agora aparece um novo movimento de releituras de temas de bandas e cantores contemporâneos como os Red Hot Chilli Peppers, os Oasis, a Bjork, Nick Drake, Radiohead, entre outros. Aliás, sobre os Radiohead houve uma verdadeira "radioheadmania" nos últimos anos: vários músicos importantíssimos do jazz contemporâneo já incluíram diversos temas da banda de Thom Yorke nos seus repertórios - são na sua maioria temas simples mas de acordes inteligentes e tons melódicos bastante peculiares, o que dá suporte para que os músicos de jazz apliquem harmonizações e improvisos sofisticados.
Actualmente o músico de jazz mais entusiasta das canções dos Radiohead é o pianista Brad Mehldau, mas vários outros já gravaram temas ou são devotos admiradores da banda de Oxford. Para além de Mehldau, e só falando dos mais mediáticos, há temas dos Radiohead tocados pelo trompetista Christian Scott, pelo cantor e pianista Jamie Cullum, pelo pianista Robert Glasper e pelo saxofonista Chris Potter.
sábado, 11 de fevereiro de 2012
Gonzalo Rubalcaba.
Nascido em 1963, em Havana, Gonzalo Rubalcaba é um verdadeiro ícone do Jazz moderno.
Excepcional pianista, absorveu a cultura, bem como as formas tradicionais e folclóricas da música e da dança cubana, o que lhe permitiu trabalhar as suas criações musicais com sons melodiosos e ritmicamente excitantes. Embora, e apesar de toda esta diversidade cultural, a sua formação seja inteiramente clássica, e tenha feito os seus estudos no Instituto de Belas Artes de Havana com uma licenciatura em composição musical.
Após a sua formação, começou a entrar em consecutivas tours, por Cuba, Europa, África e Ásia com grupos de Jazz, primeiro como sideman, e depois, em 1984, com o seu próprio agrupamento, Grupo Proyecto. Três gravações soberbas com o seu quarteto cubano, para os Studios Messidor de Frankfurt, na Alemanha, incluem "Mi Pasion Gran", "Live in Havana", e "Giraldilla".
Durante 1988 e 1993, Rubalcaba escreve música para os Ballet "Pas de Deux" de Lourdes Ramirez, e música para os filmes "Cartas do Parque" de Tomas Gutierrez Alea e "Confessando a Laura", de Jaime Osorio Gomez.
Entretanto, o seu encontro, em Havana, com Dizzy Gillespie em 1985, Charlie Haden e o presidente da Blue Note, Bruce Lundvall em 1986, leva-o a mudar-se, primeiro para a Republica Dominicana, e depois para Miami.
Começou a sua carreira internacional com uma série de gravações para a Toshiba/EMI e para a Blue Note Records, o que resultou, ao longo dos ultimos quatorze anos, em 15 nomeações para os Grammy e quatro troféus para Álbum Jazz do Ano, por Rapsodia em 1995, Antiguo e Voyage Interior em 1999, e Supernova em 2002. Recebeu tambem a Palma De Ouro da Music Academy de Paris em 1991, e em 2008, Gonzalo foi premiado com o "Vanguard Award" pela Fundação ASCAP por "traçar novos rumos no Jazz". Em Junho de 2001 recebeu o SFJAZZ Leaders Circle Laureate Award, e em 2002 actuou como Artista Residente no Montreal Jazz Festival, juntamente com Chucho Valdez.
Em 2010, Gonzalo fundou a sua própria gravadora, 5Passion, e em Novembro do mesmo ano lançou o seu primeiro registo independente, intitulado "Fé".
Encontra-se actualmente em turné pela Europa, mostrando a sua arte, sempre em contínua evolução, e retirando constante inspiração das suas heranças afro-cubanas.
Gonzalo Rubalcaba vai continuando a transformar as rotinas diárias das nossas vidas em algo muito bonito e significativo.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Como o Jazz influencia a obra de Woody Allen.
Há uma cena num filme de Woody Allen que demonstra toda a paixão que Woody Allen sente pelo Jazz: em Hannah e suas irmãs, à saída de um bar onde Bobby Short cantou I´m in Love Again, após um desatroso encontro, o personagem de Allen diz para Dianne Wiest, "You don´t deserve Cole Porter!".
Uma das características de quase todos os filmes do realizador norte-americano é a inclusão de Standards de Jazz, ou musicas do Jazz mais tradicional, as excepções são Match Point, em que a ópera domina toda a banda sonora, e Cassandra´s Dream, música de Phillip Glass. Mas esta paixão de Woody Allen vai para além da música nos seus filmes: é sabido a sua ausência da cerimónia de entrega dos Óscares em que ganhou o prémio de Melhor Realizador por Annie Hall, por se encontrar a tocar com a sua banda no Carlyle em New York.
Apesar das suas preferências irem para os arranjos mais antigos e melódicos, o cineasta já abriu excepções para músicos modernos, como o pianista Thelonious Monk, no adorável “Alice”, em que se ouve "Darn That Dream" na cena de amor entre os personagens de Mia Farrow e Joe Mantegna.
No entanto, é inesquecível o encantamento que nos proporciona a banda sonora de Manhattan, composta por canções de Gershwin, interpretadas pela Orquestra Filarmónica de New York, "Rhapsody in Blue", “’S Wonderful”, “Embraceable You” e “I’ve Got a Crush on You”, são pérolas de beleza indescritível. Não é incomum ouvir pessoas confessar que, até verem o filme "Sweet and Lowdown", nunca tinham ouvido falar de Django Reinhardt: o improvável missionário baptizando milhões nas aguas límpidas do Jazz.
O jazz, juntamente com a cidade de NY e as neuroses de Allen, são elementos indissociáveis dos seus filmes, uma espécie de "santa trindade", e que permitem nas primeiras cenas de exposição de qualquer dos seus filmes, reconhecer a patente "woodyana".
Seja nos seus alteregos jazzófilos, servindo de mote para diálogos amorosos ou até dando o tom para cenas corriqueiras, Woody Allen tem o dom de usar o Jazz renovando-o constantemente, sem nunca o deixar com ares pedantes ou com roupagens antiquadas.
E se Allen tem feito isto pelo Jazz, a magia dos seus filmes seria a mesma sem a sua plena entrega a este género?
Possível, mas pouco provável.
Uma das características de quase todos os filmes do realizador norte-americano é a inclusão de Standards de Jazz, ou musicas do Jazz mais tradicional, as excepções são Match Point, em que a ópera domina toda a banda sonora, e Cassandra´s Dream, música de Phillip Glass. Mas esta paixão de Woody Allen vai para além da música nos seus filmes: é sabido a sua ausência da cerimónia de entrega dos Óscares em que ganhou o prémio de Melhor Realizador por Annie Hall, por se encontrar a tocar com a sua banda no Carlyle em New York.
Apesar das suas preferências irem para os arranjos mais antigos e melódicos, o cineasta já abriu excepções para músicos modernos, como o pianista Thelonious Monk, no adorável “Alice”, em que se ouve "Darn That Dream" na cena de amor entre os personagens de Mia Farrow e Joe Mantegna.
No entanto, é inesquecível o encantamento que nos proporciona a banda sonora de Manhattan, composta por canções de Gershwin, interpretadas pela Orquestra Filarmónica de New York, "Rhapsody in Blue", “’S Wonderful”, “Embraceable You” e “I’ve Got a Crush on You”, são pérolas de beleza indescritível. Não é incomum ouvir pessoas confessar que, até verem o filme "Sweet and Lowdown", nunca tinham ouvido falar de Django Reinhardt: o improvável missionário baptizando milhões nas aguas límpidas do Jazz.
O jazz, juntamente com a cidade de NY e as neuroses de Allen, são elementos indissociáveis dos seus filmes, uma espécie de "santa trindade", e que permitem nas primeiras cenas de exposição de qualquer dos seus filmes, reconhecer a patente "woodyana".
Seja nos seus alteregos jazzófilos, servindo de mote para diálogos amorosos ou até dando o tom para cenas corriqueiras, Woody Allen tem o dom de usar o Jazz renovando-o constantemente, sem nunca o deixar com ares pedantes ou com roupagens antiquadas.
E se Allen tem feito isto pelo Jazz, a magia dos seus filmes seria a mesma sem a sua plena entrega a este género?
Possível, mas pouco provável.
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Jazz no cinema: "Si tu vois ma mére" em Midnight in Paris
Nunca ninguém conseguiu filmar uma cidade como Woody Allen. E é bem conhecida a sua paixão pelo Jazz. No inicio de Midnight in Paris, Allen faz uma brilhante fusão entre as duas coisas: filmar Paris, tendo como fundo a música de Sidney Bechet.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Duetos de antologia: Jim Hall e Michel Petrucciani
Absolutamente genial o tratamento dado por estes dois colossos do jazz, Hall na guitarra e o saudoso pianista Petrucciani, a esta composição de Duke Ellington.
Os grandes momentos do Jazz (17)
Tito Puente foi um dos expoentes máximos do Latin Jazz. Com um domínio incomparável das baquetas e uma alegria contagiante, misturou como ninguém as suas origens latinas (filho de porto-riquenhos) com o jazz. Ran Kan Kan é um dos seus maiores sucessos.
Duetos de antologia: Christian McBride e Niels Pedersen
Duas gerações de baixistas que se encontram no palco. A melhor descrição para o que se passa neste vídeo. O baixista norte americano é um dos músicos mais influentes da sua geração. O músico dinamarquês fez história ao gravar ao lado de feras como Sonny Rollins, Bud Powell, Dexter Gordon, Chet Baker, Dizzy Gillespie e Oscar Peterson.
Dois "monstros".
Violinistas do Jazz.
O violino foi dos primeiros instrumentos de corda a ser usado no Jazz, não só porque era muito utilizado no folclore norte americano, mas também porque era um instrumento de fácil fabrico, não oneroso e muito portátil.
Exigia porém grande técnica clássica, pois não era um instrumento expressivo, como o trompete, versátil como o saxofone, nem rítmico como a guitarra, por isso os primeiros grandes violinistas eram músicos brancos da escola de Chicago.
Tanto Joe Venutti como Eddie South são músicos eruditos cuja influência se estendeu desde o Chicago style até ao middle-jazz. Em França Grappelly, companheiro de Django, muito ligado á estética e de linhas melódicas admiráveis, foi o leader eterno do famoso Hot Club de France.
Ray Vance, ex-trompetista foi o mais destacado violinista de Big Band actuando na orquestra de Duke Ellington. A Ellington se deve a divulgação do violino no mundo do Jazz, pois foi o primeiro a incluir este instrumento no pano sonoro das suas actuações. Mas o grande vulto do violino até ao jazz contemporâneo foi sem dúvida Stuff Smith. Este Armstrong do violino possuia um fraseado que muito deve a Coleman Hawkins, de sons rugosos, ásperos, invulgares no instrumento até então. De sonoridades blues e cheio de swing exaltante, foi uma das figuras mais autênticas da história do Jazz. Era crítico acérrimo dos boppers, apesar de o seu próprio estilo representar uma transição entre o swing e o bebop. Svend Assmussen, muitas vezes ignorado, é o violinista do bop por excelênçia e discípulo branco de Thelonious Monk. Embora a influência de Grappelly se faça sentir, o seu fraseado está cheio de dissonantes e mudanças contínuas de ritmo. Possuía um sentido de improvisação pouco comum nos violinistas europeus.
Harry Lookovsky, cerebral, foi o grande violinista branco. Tecnicamente muito inovador, foi um dos primeiros violinistas do bebop, sempre muito requisitado pelos maiores nomes do jazz para gravações.
A figura maior do violino no jazz contemporâneo é, sem duvida alguma,o françês Jean Luc Ponty, muito conhecido pelo seu violino elétrico que lhe dá um som distintivo, muito parecido com o som de um sintetizador.
Uma das maiores promessa do violino é a jovem americana Regina Carter, uma das mais versáteis e sofisticadas violinista da cena jazzistica actualmente.
No ãmbito do free jazz destaque ainda para figuras como Leroy Jenkins, Alan Silva, Billy Bang e Ramsey Ameen
.
Exigia porém grande técnica clássica, pois não era um instrumento expressivo, como o trompete, versátil como o saxofone, nem rítmico como a guitarra, por isso os primeiros grandes violinistas eram músicos brancos da escola de Chicago.
Tanto Joe Venutti como Eddie South são músicos eruditos cuja influência se estendeu desde o Chicago style até ao middle-jazz. Em França Grappelly, companheiro de Django, muito ligado á estética e de linhas melódicas admiráveis, foi o leader eterno do famoso Hot Club de France.
Ray Vance, ex-trompetista foi o mais destacado violinista de Big Band actuando na orquestra de Duke Ellington. A Ellington se deve a divulgação do violino no mundo do Jazz, pois foi o primeiro a incluir este instrumento no pano sonoro das suas actuações. Mas o grande vulto do violino até ao jazz contemporâneo foi sem dúvida Stuff Smith. Este Armstrong do violino possuia um fraseado que muito deve a Coleman Hawkins, de sons rugosos, ásperos, invulgares no instrumento até então. De sonoridades blues e cheio de swing exaltante, foi uma das figuras mais autênticas da história do Jazz. Era crítico acérrimo dos boppers, apesar de o seu próprio estilo representar uma transição entre o swing e o bebop. Svend Assmussen, muitas vezes ignorado, é o violinista do bop por excelênçia e discípulo branco de Thelonious Monk. Embora a influência de Grappelly se faça sentir, o seu fraseado está cheio de dissonantes e mudanças contínuas de ritmo. Possuía um sentido de improvisação pouco comum nos violinistas europeus.
Harry Lookovsky, cerebral, foi o grande violinista branco. Tecnicamente muito inovador, foi um dos primeiros violinistas do bebop, sempre muito requisitado pelos maiores nomes do jazz para gravações.
A figura maior do violino no jazz contemporâneo é, sem duvida alguma,o françês Jean Luc Ponty, muito conhecido pelo seu violino elétrico que lhe dá um som distintivo, muito parecido com o som de um sintetizador.
Uma das maiores promessa do violino é a jovem americana Regina Carter, uma das mais versáteis e sofisticadas violinista da cena jazzistica actualmente.
No ãmbito do free jazz destaque ainda para figuras como Leroy Jenkins, Alan Silva, Billy Bang e Ramsey Ameen
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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Lady Day X 4
Quatro grandes momentos da eterna Billie Holiday. Para ouvir com muito carinho.
Toda a dor angustiante nos olhos de Lady Day. No Olympia de Paris...
...uma das suas melhores interpretações, com Jimmy Rowles no piano...
... com o grande Louis Armstrong. A fina flor do Jazz...
... toda a beleza e elegância de Billie a cantar Gershwin, It's going to be like dying, Porgy!
Eternamente.
Toda a dor angustiante nos olhos de Lady Day. No Olympia de Paris...
...uma das suas melhores interpretações, com Jimmy Rowles no piano...
... com o grande Louis Armstrong. A fina flor do Jazz...
... toda a beleza e elegância de Billie a cantar Gershwin, It's going to be like dying, Porgy!
Eternamente.
Os magos do trompete clássico.
O trompete foi com o piano o primeiro grande instrumento do jazz, já que o saxofone só nos fins dos anos 20, princípios dos 30 se tornou notado.
O trompetista que mais documentação nos deixou dos primórdios do jazz foi King Oliver, o "rei" do New Orleans, com uma sonoridade brilhante, construía melodias sobre ritmos sincopados e frases de inolvidável imaginação. Construiu as raízes dessa estética que se formava então.
Depois Louis Armstrong, a figura mais carismática de todo o jazz, não só pela sua polivalência (cinema, shows, TV), mas porque "The Satchmo" impôs-se como o maior trompetista de sempre, e com Duke Ellington e Miles Davis, foi o maior expoente de todo o jazz. Todo o trompetista terá de observar Armstrong como numa religião se cumprem os sacramentos religiosos.
Sidney Bechet celebrizou-se no contexto das improvisações colectivas onde exibia rara virtuosidade, chama vibrante de cores, sendo dos exemplos mais notáveis da integração dos som individual na massa sonora orquestral.
Bix Beiderbecke possuía uma técnica clássica admirável. Se Armstrong aproveitava qualquer melodia, Beiderbecke estava mais preocupado com o contexto harmónico em que se desenvolvia a composição. Se Louis era hot, Bix era cool.
Rex stewart no swing deixou-nos páginas admiráveis de delirante imaginação. O seu som estrangulado, sensualmente penetrante estava voltado para a grandiosidade selvagem e primitiva da arte negra.
Henry Red Allen, músico de execução vertiginosa, de temas vigorosos que atingem grande lirismo, e considerado o grande rival de Armstrong nesta altura.
No jazz moderno aparece Dizzie Gillespie, o Armstrong do jazz moderno: a mesma veia humoristica, ambos trompetistas, ambos cantores prodigiosos, ambos showmen divinizados. Mas com décadas a separar o aparecimento de um e de outro, Gillespie surge como a clivagem relativamente á musica de Armstrong. Foi o trompete de Gillespie a revolucionar o trompete armstronguiano, porque Dizzie é figura icónica do bebop.
Miles Davis, o ponta de lança do cool. Tons sombrios, cores impressionistas, swing introvertido, nenhum como Miles soube traduzir a estética do jazz. Embora a sua música não fosse tão acessivel como a de Gillespie, Miles foi no periodo do cool o musico mais admirado do jazz.
Quem abriu lugar á entrada do funky no jazz, foi Clifford Brown. Com um controlo admirável e cool das sonoridades extraídas do trompete, Clifford legou páginas imortais do jazz, tendo falecido precocemente em desastre de automóvel.
Nat Adderley, foi um musico da craveira do seu irmão Cannonball, e teve função tão importante para os trompetistas como aquele para os sax alto.
Chet Baker improvisava com sentimento. Valorizava as frases melódicas com notas longas e encorpadas, o que lhe valeu o rótulo de cool.
No jazz actual e ainda em actividade temos Donald Byrd, desprezado pelos puristas do jazz e adorado pelos fãs do jazz-funk que o consideram um dos músicos mais inovadores deste estilo, é um estilista sólido com um tom limpo, articulação clara, e um particular dom para melodia.
Wynton Marsalis é considerado um dos maiores virtuosos do trompete actual. Conecido pela sua sua sisudez e seriedade, músico polêmico, é considerado "embaixador da música americana" pelo seu profundo respeito e divulgação das tradições musicais.
Finalmente Arturo Sandoval, o trompetista cubano, conhecido pela sua criatividade no improviso, pela agilidade e rapidez, e que tem uma enorme facilidade nas notas agudas.
Sidney Bechet celebrizou-se no contexto das improvisações colectivas onde exibia rara virtuosidade, chama vibrante de cores, sendo dos exemplos mais notáveis da integração dos som individual na massa sonora orquestral.
Bix Beiderbecke possuía uma técnica clássica admirável. Se Armstrong aproveitava qualquer melodia, Beiderbecke estava mais preocupado com o contexto harmónico em que se desenvolvia a composição. Se Louis era hot, Bix era cool.
Rex stewart no swing deixou-nos páginas admiráveis de delirante imaginação. O seu som estrangulado, sensualmente penetrante estava voltado para a grandiosidade selvagem e primitiva da arte negra.
Henry Red Allen, músico de execução vertiginosa, de temas vigorosos que atingem grande lirismo, e considerado o grande rival de Armstrong nesta altura.
No jazz moderno aparece Dizzie Gillespie, o Armstrong do jazz moderno: a mesma veia humoristica, ambos trompetistas, ambos cantores prodigiosos, ambos showmen divinizados. Mas com décadas a separar o aparecimento de um e de outro, Gillespie surge como a clivagem relativamente á musica de Armstrong. Foi o trompete de Gillespie a revolucionar o trompete armstronguiano, porque Dizzie é figura icónica do bebop.
Miles Davis, o ponta de lança do cool. Tons sombrios, cores impressionistas, swing introvertido, nenhum como Miles soube traduzir a estética do jazz. Embora a sua música não fosse tão acessivel como a de Gillespie, Miles foi no periodo do cool o musico mais admirado do jazz.
Quem abriu lugar á entrada do funky no jazz, foi Clifford Brown. Com um controlo admirável e cool das sonoridades extraídas do trompete, Clifford legou páginas imortais do jazz, tendo falecido precocemente em desastre de automóvel.
Nat Adderley, foi um musico da craveira do seu irmão Cannonball, e teve função tão importante para os trompetistas como aquele para os sax alto.
Chet Baker improvisava com sentimento. Valorizava as frases melódicas com notas longas e encorpadas, o que lhe valeu o rótulo de cool.
No jazz actual e ainda em actividade temos Donald Byrd, desprezado pelos puristas do jazz e adorado pelos fãs do jazz-funk que o consideram um dos músicos mais inovadores deste estilo, é um estilista sólido com um tom limpo, articulação clara, e um particular dom para melodia.
Wynton Marsalis é considerado um dos maiores virtuosos do trompete actual. Conecido pela sua sua sisudez e seriedade, músico polêmico, é considerado "embaixador da música americana" pelo seu profundo respeito e divulgação das tradições musicais.
Finalmente Arturo Sandoval, o trompetista cubano, conhecido pela sua criatividade no improviso, pela agilidade e rapidez, e que tem uma enorme facilidade nas notas agudas.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Os melhores álbuns: Kind of Blue - Miles Davis
Kind of Blues, editado pela Columbia Records em 1959, é o álbum mais vendido da carreira de Miles Davis e o mais vendido em toda a história do jazz. Está considerado como a obra prima do género e pela sua grande influência em diversos géneros como o rock e a música clássica é apreciado como uma das maiores produções de todos os tempos.
A gravação foi feita nos estúdios da Columbia Records em apenas dez horas repartidas em dois dias, 2 de Março e 22 de Abril de 1959. a companharam Miles na sua gravação a nata do jazz da altura: o lendário saxofonista John Coltrane, o contrabaixista Paul Chambers, Julian "Cannonball" Adderley no sax alto, Jimmy Cobb na batería e Bill Evans ao piano.
Os músicos quase não ensaiaram e quando chegaram ao estúdio não faziam a minima ideia do que iriam tocar: segundo Bill Evans, Davis só lhes deu esboços de escalas e linhas melódicas. Uma vez no estudio, Miles deu-lhes breves introduções para cada música e começaram a gravar. Se bem que os resultados sejam impressionantes, tendo em conta que entraram em estudio com uma escassa ideia do que iriam fazer, a lenda assente de que este álbum foi gravado apenas de uma só toma é falsa, só "Flamenco Sketches" foi feito numa primeira execução.
So What, a primeira musica do álbum é introduzida com o piano de Bill Evans, dando depois o contrabaixo de Chambers, o ritmo e a melodia necessários para a audição dos solos dos outros instrumentos, sustentados na bateria: primeiro Miles, depois o sax tenor de Coltrane e depois o sax de "Cannonball" Adderley.
A seguir "Freddie Freeloader", mais uma vez a ordem de partida individual começa com Miles, Coltrane, e a seguir com a segurança lúcida de quem se sente em casa, Adderley. Depois vem o solo de Wynton Kelly, que substitui Bill Evans no piano.
A terceira música "Blue in Green", é um tema da autoria de Evans que retoma o seu lugar na bateria. Tocada com a surdina de Miles Davis, a seguir Bill Evans abre o caminho para a intensidade íntrospectiva de Johnn Coltrane. Introspectiva e exultante.
Depois é "All Blues", o festim deste álbum, em que Coltrane demonstra todos os seus atributos. Esta é realmente a peça de Coltrane.
Por fim, a terminar, "Flamenco Sketches", onde ouvimos Bill Evans. A frescura dos silênçios de Bill Evans, silêncios que rodeiam os sons de uma peça mesclada de sapiência e naturalidade.
Kind of Blue foi descrito numa frase inspiradissima como, "um momento de definição da musica no sec. XX".
Musicos: Miles Davis - Trompete; Julian "Cannonball" Adderley - Saxofone Alto (exceto "Blue in Green"); John Coltrane - Saxofone Tenor; Bill Evans - Piano (exceto "Freddie Freeloader"); Wynton Kelly - Piano (em "Freddie Freeloader"); Paul Chambers - Contrabaixo; Jimmy Cobb - Bateria
Tracks: So What; Freddie Freeloader; Blue in Green; All Blues; Flamenco Sketches
A gravação foi feita nos estúdios da Columbia Records em apenas dez horas repartidas em dois dias, 2 de Março e 22 de Abril de 1959. a companharam Miles na sua gravação a nata do jazz da altura: o lendário saxofonista John Coltrane, o contrabaixista Paul Chambers, Julian "Cannonball" Adderley no sax alto, Jimmy Cobb na batería e Bill Evans ao piano.
Os músicos quase não ensaiaram e quando chegaram ao estúdio não faziam a minima ideia do que iriam tocar: segundo Bill Evans, Davis só lhes deu esboços de escalas e linhas melódicas. Uma vez no estudio, Miles deu-lhes breves introduções para cada música e começaram a gravar. Se bem que os resultados sejam impressionantes, tendo em conta que entraram em estudio com uma escassa ideia do que iriam fazer, a lenda assente de que este álbum foi gravado apenas de uma só toma é falsa, só "Flamenco Sketches" foi feito numa primeira execução.
So What, a primeira musica do álbum é introduzida com o piano de Bill Evans, dando depois o contrabaixo de Chambers, o ritmo e a melodia necessários para a audição dos solos dos outros instrumentos, sustentados na bateria: primeiro Miles, depois o sax tenor de Coltrane e depois o sax de "Cannonball" Adderley.
A seguir "Freddie Freeloader", mais uma vez a ordem de partida individual começa com Miles, Coltrane, e a seguir com a segurança lúcida de quem se sente em casa, Adderley. Depois vem o solo de Wynton Kelly, que substitui Bill Evans no piano.
A terceira música "Blue in Green", é um tema da autoria de Evans que retoma o seu lugar na bateria. Tocada com a surdina de Miles Davis, a seguir Bill Evans abre o caminho para a intensidade íntrospectiva de Johnn Coltrane. Introspectiva e exultante.
Depois é "All Blues", o festim deste álbum, em que Coltrane demonstra todos os seus atributos. Esta é realmente a peça de Coltrane.
Por fim, a terminar, "Flamenco Sketches", onde ouvimos Bill Evans. A frescura dos silênçios de Bill Evans, silêncios que rodeiam os sons de uma peça mesclada de sapiência e naturalidade.
Kind of Blue foi descrito numa frase inspiradissima como, "um momento de definição da musica no sec. XX".
Musicos: Miles Davis - Trompete; Julian "Cannonball" Adderley - Saxofone Alto (exceto "Blue in Green"); John Coltrane - Saxofone Tenor; Bill Evans - Piano (exceto "Freddie Freeloader"); Wynton Kelly - Piano (em "Freddie Freeloader"); Paul Chambers - Contrabaixo; Jimmy Cobb - Bateria
Tracks: So What; Freddie Freeloader; Blue in Green; All Blues; Flamenco Sketches
As herdeiras da tradição vocal, Parte 2
Se as cantoras de jazz de outros tempos tinham uma infância sofrida, cresciam e viviam num ambiente de violência, e o envolvimento com as drogas e o álcool era constante, as cantoras de hoje têm oportunidades diferentes, com trajectórias de carreira bem menos sofridas. Exemplo disso será o de Billie Holiday, cuja morte aos 43 anos de overdose, a impediu de ter uma carreira ainda mais brilhante. É claro que o talento nunca dependerá disso, mas que esses factores ajudam, e muito, é inegável.
Diana Krall, Melody Gardot, Aziza Mustafa Zadeh, Maria João e Patricia Barber são cinco grandes vozes do jazz feminino contemporâneo, com carreiras consolidadas e que ainda vislumbram novas conquistas a nível mundial no cenário musical do jazz.
Diana Krall é a grande diva do Jazz actual. Nascida a 16 de novembro de 1964 em Nanaimo, na Columbia Británica, esta canadense vendeu mais discos que qualquer outro artista de jazz entre 1990 e 2000. É a unica cantora de jazz com oito álbuns estreando no top de álbuns de jazz da Billboard. Já ganhou três Grammy Awards e oito prémios Juno.
A carreira de Krall explodiu em 1999 após assinar com a Verve e o seu álbum de estreia para esta editora, When I Look in Your Eyes, vencer o Grammy para Best Jazz Vocal e tornar-se o primeiro disco de jazz a ser nomesdo para Álbum do Ano em vinte e cinco anos. Em 2002, The Look of Love, tornou-se numero um nos EUA, e venceu cinco discos de platina no Canadá.
Com uma carreira sempre em alta, e com uma critica optimista do seu lado, Diana Krall continua a ser uma das principais vozes do jazz com o seu mais recente CD, Quiet Nights.
Aziza Mustafa Zadeh, a Princesa do Jazz, ou "Jazzizza", nome que o seu pai lhe chamava, nasceu em Baku no Azerbaijão, em 19 de dezembro de 1969. Filha do falecido pianista Vagif Mustafa Zadeh, pioneiro da fusão entre o jazz e a musica autóctone do Azerbaijão, é também ela uma pianista, cantora e compositora de grande sucesso.
A sua paixão pelo jazz e pelo canto e sons tradicionais do Azerbaijão, criaram o seu estilo original de música, uma fusão entre o Oriente e o Ocidente. A sua músicas para além de mostrar influências de Keith Jarrett, mistura o Jazz e o Mugham(estilo tradicional de improvisação do Azerbaijão), com a musica clássica e o jazz avant-garde.
O nome do seu quinto álbum Jazzizza, é o seu próprio sobrenome que seu pai lhe chamava quando era pequena. O álbum é assim uma homenagem ao seu pai.
Patricia Barber, (Chicago, 8 de novembro de 1956) é uma das cantoras de jazz mais aclamadas pela crítica desde finais do século vinte.
O estilo de Patricia Barber afasta-se da corrente convencional de aproximação entre jazz e pop (embora goste de adaptar ao jazz composições pop), e aposta no risco e na inovação através da improvisação e elaboração do seu próprio material. A sua voz é escura, grave, e a sua música é caracterizada por uma atmosfera introspectiva, lenta, minimalista e muito atenta ao ritmo e à melodia.
Foi premiada com um Prémio Guggenheim Fellowship em 2003, em Artes Criativas - campo de Composição Musical.
Disse Patricia Barber de si mesma: "I probably would sell more records if I did things a different way, but then I wouldn't be happy."
Melody Gardot, nascida em New Jersey, 2 de Fevereiro de 1985 é uma cantora e compositora de jazz muito influenciada pelo blues e pelo jazz, de Janis Joplin, Miles Davis, Duke Ellington e George Gershwin, e da música latina, de Stan Getz e Caetano Veloso.
Aos 19 anos, foi atropelada por um automóvel enquanto andava de bicicleta. Este evento, apesar de trágico, levou ao seu reconhecimento como uma notável artista.
O início de sua carreira artistica foi motivada pelo seu médico, que estava preocupado com as sequelas do traumatismo craniano sofrido no acidente. Seguindo essa sugestão, Melody Gardot compôs e gravou algumas músicas enquanto se encontrava de cama, em convalescença, incapaz de caminhar. Como resultado, foi lançado o EP Some Lessons - The Bedroom Sessions. Seu primeiro álbum, uma continuação do EP, chama-se chama Worrisome Heart. Os outros álbuns chamam-se Live from SoHo, em 2009, e My One and Only Thrill, também de 2009.
Alguns críticos comparam-na a Nina Simone.
A nossa Maria João, nascida em Lisboa, em 27 de junho de 1956, é bastante conhecida pela sua flexibilidade e capacidade de improvisação vocal. Embora seja, normalmente considerada uma cantora jazz, a sua música incorpora uma mistura de folk, musica étnica, jazz moderno, e jazz avant-garde. E dependendo da inclinação temática da composição tambem aborda com a mesma facilidade a musica electrónica ou a musica sinfónica.
Embora seja o pianista Mario Laginha o seu principal colaborador, e com ele tenha alcançado os maiores êxitos, Maria João também já trabalhou com muitos músicos ao longo de sua carreira, incluindo Manu Katché, Trilok Gurtu, Bobby McFerrin, Wolfgang Muthspiel, Joe Zawinul, Ralph Towner, Dino Saluzzi e Kai Eckhardt.
A carreira de Krall explodiu em 1999 após assinar com a Verve e o seu álbum de estreia para esta editora, When I Look in Your Eyes, vencer o Grammy para Best Jazz Vocal e tornar-se o primeiro disco de jazz a ser nomesdo para Álbum do Ano em vinte e cinco anos. Em 2002, The Look of Love, tornou-se numero um nos EUA, e venceu cinco discos de platina no Canadá.
Com uma carreira sempre em alta, e com uma critica optimista do seu lado, Diana Krall continua a ser uma das principais vozes do jazz com o seu mais recente CD, Quiet Nights.
Aziza Mustafa Zadeh, a Princesa do Jazz, ou "Jazzizza", nome que o seu pai lhe chamava, nasceu em Baku no Azerbaijão, em 19 de dezembro de 1969. Filha do falecido pianista Vagif Mustafa Zadeh, pioneiro da fusão entre o jazz e a musica autóctone do Azerbaijão, é também ela uma pianista, cantora e compositora de grande sucesso.
A sua paixão pelo jazz e pelo canto e sons tradicionais do Azerbaijão, criaram o seu estilo original de música, uma fusão entre o Oriente e o Ocidente. A sua músicas para além de mostrar influências de Keith Jarrett, mistura o Jazz e o Mugham(estilo tradicional de improvisação do Azerbaijão), com a musica clássica e o jazz avant-garde.
O nome do seu quinto álbum Jazzizza, é o seu próprio sobrenome que seu pai lhe chamava quando era pequena. O álbum é assim uma homenagem ao seu pai.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
A Blue Note
Blue Note é o selo de jazz por excelência, o que de maneira mais directa se associa com a música nascida em New Orleans: todo o bom apreciador de jazz tem mais do que uma edição da Blue Note na sua discoteca. Foi fundada em 1939 por Alfred Lion e Francis Wolff, pelo que a sua historia abarca quase todas as etapas da historia do jazz, praticamente desde o seu começo até à actualidade.
Albert Ammons e Meade Lux Lewis foram os primeiros a gravar. Naqueles primeiros anos os músicos eram pagos com bebidas alcoólicas e gravavam de madrugada, depois das actuações nocturnas. Na década de quarenta, após uns anos de paragem, a Blue Note retoma a sua actividade gravando músicos como Ike Quebec, Telonious Monk ou Art Blakey.
A primeira edição de um vinil chega em 1951, ano em que firmam contrato com Horace Silver, The Jazz Messengers, Milt Jackson e John Coltrane, entre 1952 e 1954, J.J. Johnson e Miles Davis gravam também numerosas sessões para o selo americano. Os anos 50 também passaram à historia pelas suas capas: fotos de músicos de jazz no estúdio, tiradas por Miles Reid, um artista gráfico que trabalhou para a revista Esquire, e que se converteram numa constante em muitas edições de jazz da época, e desenhos do então desconhecido Andy Warhol.
Nos anos 60 gravam Dexter Gordon, Herbie Hancock, Wayne Shorter e, em 1963, Lee Morgan obtem um enorme êxito com The Sidewinder e Horace Silver com Song For My Father. Por estes anos a Blue Note também se aproxima das novas tendências do Jazz (free jazz, avant-garde jazz), editando álbuns de Andrew Hill, Ornette Coleman, Cecil Taylor ou Bobby Hutcherson.
Em 1965, a Blue Note é comprada pela Liberty Records, Alfred Lion retira-se em 1967 e Francis Wolff morre em 1971: parece que o rótulo está perto do fim. No entanto a casa do Jazz irá ter uma segunda vida. Em 1969 a Liberty Records é comprada pela United Artists que por sua vez passa a fazer parte da EMI. Finalmente, em 1985, a Blue Note volta à actividade como parte da EMI Manhattan Records. McCoy Tyner, Joe Lovano e Grez Osby gravam para o selo, até que chega uma oportunidade: a reedição de álbuns clássicos em formato CD, uma mina de ouro que irá rentabilizar o amplo e valioso catálogo que possuem.
Artistas de grande êxito comercial como Norah Jones, Van Morrison, Al Green, Anita Baker ou Wynton Marsalis editam na Blue Note, um selo que começa a ver as potencialidades comerciais de uma cena emergente: o nu-jazz.
Fundam sub-etiquetas em diversos países europeus (entre eles, naturalmente, França, dada a importância que adquiriu o "toque francês"), e assinam com artistas que se caracterizam pela sua fusão do jazz com outros estilos: Erik Truffaz, St. Germain (que obtém um surpreendente êxito com o álbum Tourist), Booster, Medeski, Martin & Wood, Marc Moulin, Troublemakers, Madlib ou, recentemente, Nicola Conte.
Muitos álbuns Blue Note são considerados entre os melhores de todo o jazz. A nona edição do Penguin Guide to Jazz considera que oito em cada oitenta álbuns de jazz que merecem distinção são editados pela Blue Note.
Página oficial da Blue Note: http://www.bluenote.com/
Página oficial da Blue Note: http://www.bluenote.com/
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
John McLaughlin
Um dos guitarristas mais virtuosos, incrivelmente rápidos, do jazz-fusion, que se mantém sempre em constante evolução e aberto a novas influências, é o inglês John McLaughlin.
McLaughlin nasceu a 4 de janeiro de 1942, em Yorkshire, Inglaterra, e começou a tocar guitarra aos 11 anos. Inicialmente atraído pelos blues, começou a tocar com artistas britânicos como Georgie Fame, Bond Graham, Brian Auger, e Ginger Baker. Em 1968, formou a sua própria banda e gravou o excelente, Extrapolation, no ínicio de 1969. Nesse ano muda-se para New york e começa a tocar com os Lifetime, banda pioneira de fusion, formada por Tony Williams. Através de Williams, McLaughlin foi convidado a participar na banda de Miles Davis, e torna-se uma parte importante dos álbuns In a Silent Way, Bitches Brew, e A Tribute to Jack Johnson, considerados hoje marcos importantes no Jazz-fusion.
Em 1970, querendo explorar a música acústica e Oriental, McLaughlin grava o clássico, Beyond My Goal, antes de deixar a banda de Miles.
Em 1971 funda os Mahavishnu Orchestra, uma banda seminal que fez muito para definir e popularizar o jazz-rock-fusion no início, como evidenciado pelos álbuns The Flame Inner Mounting, Birds of Fire, e Visions of the Emerald Beyond. Faz uma pausa com a banda para gravar com Carlos Santana, Love Devotion Surrender em 1972, antes de formar os Shatki, fusão do jazz acústico com a música indiana, que teve um forte impacto na cena musical mundial e que durou cerca de três anos.
No final dos anos 70, juntamente com o seu colega de fusion, o também rapidíssimo Al Di Meola, e o guitarrista de flamenco, Paco de Lucia, grava os excelentes Friday Night in San Francisco e Passion, Grace & Fire.
Nos anos 80 McLaugnlin aparece em alguns registos de Miles Davis, forma uma terceira versão dos Mahavishnu Orchestra, de curta duração, e que conta com o saxofonista Bill Evans. Neste período os seu álbuns mais notáveis são o acústico Time Remembered: John McLaughlin Plays Bill Evans em 1993 e After the Rain em 1995 com Elvin Jones e Joey DeFrancesco. e também, The Promise, em 1996, que contou com o guitarrista numa série de settings, incluindo uma reunião com os seus parceiros Meola e De Lucia.
O século 21 encontra McLaughlin novamente numa atmosfera nostálgica com Remember Shakti: The Believer, um set ao vivo com o mandolinista U. Shrinivas, o tocador de kanjira V. Selvaganesh, e o legendário tocador de tabla, Zakir Hussain.
Em 2008 aparece com Floating Point, uma extensão dos conceitos Zen, e entra numa turné com uma superbanda composta por Chick Corea, pelo saxofonista Kenny Garrett, o baterista Vinnie Colaiuta, e o baixista Christian McBride. Turné que valeu um álbum, Five Peace Band.
Em 2010 lança "To the One", coma sua nova banda The 4th Dimension, álbum que lhe valeu a nomeação para o Grammy Award de Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo, em 2011.
A sua produtiva carreira está espalhada pelas gravadoras Marmalade, Dawns, Douglas International, Columbia, Warner Bros e pela Verve.
Jazz no cinema: "Lover Man" em Bird, de Clint Eastwood
Cena do filme Bird, de 1988, realizado por Clint Eastwood, com a interpretação de Forest Whitaker no papel de Charlie "Bird" Parker. A cena mostra a gravação de Lover Man que é considerada um dos momentos altos da obra do saxofonista, que atravessava nesta altura um momento difícil na sua trágica, e curta, vida.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
O Jazz nórdico.
Se o Jazz vindo dos frios países nórdicos soa diferente, é evidente que não será devido ao factor temperatura, mas por causa da sua educação e tradições musicais: os músicos nórdicos são bem versados nos mecanismos do Jazz, conhecem bem a história da musica clássica, as tendências da musica pop, e os sons experimentais que incorporam na musica tornam esta distintiva e especificamente nórdica, mas universalmente atraente. E depois os sons melancólicos e os ritmos fluidos da folk nórdica prestam-se naturalmente para a interpretação de jazz, o que torna tudo mais fácil.
Ficam aqui alguns dos principais intérpretes do jazz nos países do norte da Europa.
Na Suécia, alguns dos principais nomes são o trombonista Eje Thelin, falecido na década de 90, o também trombonista Ake Persson, que tocou com feras como Duke Ellington, Dizzie Gillespie e Roy Haynes, e o sax tenor, Carl-Henrik Norin. No jazz vocal o grande nome é a cantora Monica Zetterlund.
Na Dinamarca, marca posição o grande baixista Nils-Henning Orsted Pedersen que acompanhou Oscar Peterson na década de 70, o sax barítono Max Bruel, o trompetista Palle Mikkelborg ou o trio de Hassen Poulsen's Sound of Choice.
Na Noruega nomes como os de Jan Garbarek, das cantoras Silje Nergaard e Karin Krog ou do guitarrista Terje Rypdal, são bastante conhecidos no panorama do jazz mundial. Assim como os nomes do trompetista Nils Petter Molvaer, do saxofonista Trygve Seim, e de bandas como os Atomic ou Jaga Jazzist, começam tambem a atingir um certo estatuto.
Na Finlândia, o musico mais famoso de jazz continua a ser o do baterista Edward Vesala, outros são os do grande pianista Heikki Sarmanto, que tocou com as lendas do jazz, Sonny Rollins, Art Farmer, Helen Merrill, do tambem pianista Jarmo Savolainen e a cantora Carola. O saxofonista Pekka Pylkkanen, é tambem um dos musicos mais activos da Escandinávia.
Da Islândia vem o nome da cantora Anna Mjöll, da banda de jazz-funk fusion, Mezzoforte, da excelente pianista Sunna Gunnlaugs. E naturalmente da inevitável Bjork, que embora ligada a um mundo mais pop, lançou um portentoso álbum, Björk Guðmundsdóttir & Tríó Guðmundar Ingólfssonar, que faz uma fusão da tradicional musica islandesa com as bases fiés do Jazz.
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