GENE KRUPA (15 de Janeiro de 1909 - 16 de Outubro de 1979)
Gene Krupa será sempre conhecido como o homem que fez da bateria um instrumento solo.
Em 16 de dezembro de 1927 fez sua primeira gravação. A interpretação de Nobody's Sweetheart, com a Austin High Gang, não marcou apenas o seu início na indústria fonográfica, mas começou tambem aí logo uma revolução: pela primeira vez um músico atreveu-se a gravar baixo e bateria. Por problemas técnicos, os engenheiros de som recusavam-se, até então, a gravar o baixo. A agulha de gravação saltava do rolo de cera, inutilizando o trabalho.
Isso aconteceu até surgir Gene Krupa, que, com 18 anos, já tinha uma noção muito clara do papel do baterista numa formação. O baterista queria ser mais do que um mero marcador de compasso e, além do mais, sabia tocar o baixo sem fazer a agulha saltar na gravação.
Mas a pequena revolução ocorrida nos estúdios Okeh, de Chicago, não seria a única sensação envolvendo o seu nome.
Em 16 de janeiro de 1938, escreveu-se mais uma página na história do jazz. Pela primeira vez o Carnegie Hall, o templo da música clássica, abria suas portas para o jazz e, pela primeira vez, os espectadores escutaram um solo de bateria, pelas mãos de Gene Krupa, então na orquestra de Benny Goodman
.
As suas técnicas são explicadas no seu livro The Gene Krupa Drum Method, e em 1941 criou o concurso Gene Krupa Drum Contest.
A sua arte nunca foi superada, dizem os críticos e entendidos. Gene Krupa foi "o começo e o fim de todos os bateristas", disse Buddy Rich no seu funeral, elogio que vale a dobrar , vindo de um colega e concorrente.
BUDDY RICH (30 de Setembro de 1917 - 2 de Abril de 1987)
Trata-se de um dos musicos mais prestigiados da bateria jazzistica, reconhecido pela sua técnica, rapidez e habilidade nos solos.
Buddy Rich começou a tocar bateria quando tinha apenas 18 anos, era completamente autodidacta e começou a sua formação no Vaudeville, alternando seu papel como músico com o de dançarino e cantor.
Em 1938 descobriu o jazz e começou a tocar no grupo de Joe Marsala, que deixou para se juntar à orquestra de Bunny Berigan. Durante 1939 tocou com Artie Shaw (numa época em que a sua orquestra era a mais popular), e durante 1939 a 1945 com a orquestra de Tommy Dorsey, numa etapa histórica.
Durante estes anos tornou-se obvio que Buddy Rich era o rei da bateria, havendo destronado o outro grande talento, Gene Krupa.
Rich formou uma orquesta de bop durante 1945-1947 (que não teve grande êxito), depois entrou em turnés com a Jazz at the Philharmonic, gravou com incontáveis estrelas dos anos cinquenta para a Verve, incluindo Charlie Parker, Lester Young, Art Tatum e Lionel Hampton), e trabalhou com Les Brown, Charlie Ventura, Tommy Dorsey (1954-1955) e Harry James (entre 1953-1966, com algumas interrupções).
Um ataque de coração em 1959 obrigou-o a descansar, voltando como vocalista, sem descurar a bateria.
Em 1966, Buddy Rich formou uma big band que seria a sua principal ocupação nos seus ultimos vinte anos de vida.
Muitos músicos, críticos e inclusive a maioria dos bateristas famosos de todo o mundo consideram Buddy Rich o melhor baterista de todos os tempos, sendo visto como uma espécie de ápice revolucionário e definitivo no instrumento.
MAX ROACH(10 de janeiro de 1924 - 16 de agosto, 2007).
É geralmente considerado um dos bateristas mais importantes da história. Trabalhou com muitos dos maiores músicos de jazz, incluindo Coleman Hawkins, Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Miles Davis, Duke Ellington, Charles Mingus, Sonny Rollins e Clifford Brown.
Roach teve também os seus próprios grupos, e fez numerosas declarações musicais relacionadas com o movimento dos direitos civis dos Afro-Americanos.
Quando jovem, Roach, virtuoso percussionista capaz de tocar os tempos mais brutais com tanta subtileza como com power, estava entre um pequeno círculo de músicos aventureiros que provocaram grandes mudanças no jazz. Conseguiu ao longo de toda a sua carreira ser sempre inovador.
Ao longo dos anos desafiou o seu público e a si mesmo, trabalhando não apenas com instrumentação jazz standard, e não só em locais do jazz tradicional, mas numa ampla variedade de contextos, alguns deles passando muito para além dos limites do jazz, seja qual for o significado que se dê a essa palavra.
Tocou com um "quarteto duplo", que consistia em trompete, saxofone, baixo e bateria além de um quarteto de cordas. Tocou com um conjunto inteiramente de percussionistas. Fez duetos com intransigentes vanguardistas como o pianista Cecil Taylor e o saxofonista Anthony Braxton. Tocou sozinho. Escreveu música para peças de Sam Shepard e peças de dança de Alvin Ailey. E colaborou com artistas de vídeo, coros gospel e artistas de hip-hop.
Nas mãos de Roach, o kit de bateria tornou-se muito mais do que um mero meio de manter o tempo. Era um membro de pleno direito da linha de frente, não um mero instrumento de apoio.
Em 1990 Max Roach explicou no New York Times: “You can’t write the same book twice. Though I’ve been in historic musical situations, I can’t go back and do that again. And though I run into artistic crises, they keep my life interesting.”
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