Blue Note é o selo de jazz por excelência, o que de maneira mais directa se associa com a música nascida em New Orleans: todo o bom apreciador de jazz tem mais do que uma edição da Blue Note na sua discoteca. Foi fundada em 1939 por Alfred Lion e Francis Wolff, pelo que a sua historia abarca quase todas as etapas da historia do jazz, praticamente desde o seu começo até à actualidade.
Albert Ammons e Meade Lux Lewis foram os primeiros a gravar. Naqueles primeiros anos os músicos eram pagos com bebidas alcoólicas e gravavam de madrugada, depois das actuações nocturnas. Na década de quarenta, após uns anos de paragem, a Blue Note retoma a sua actividade gravando músicos como Ike Quebec, Telonious Monk ou Art Blakey.
A primeira edição de um vinil chega em 1951, ano em que firmam contrato com Horace Silver, The Jazz Messengers, Milt Jackson e John Coltrane, entre 1952 e 1954, J.J. Johnson e Miles Davis gravam também numerosas sessões para o selo americano. Os anos 50 também passaram à historia pelas suas capas: fotos de músicos de jazz no estúdio, tiradas por Miles Reid, um artista gráfico que trabalhou para a revista Esquire, e que se converteram numa constante em muitas edições de jazz da época, e desenhos do então desconhecido Andy Warhol.
Nos anos 60 gravam Dexter Gordon, Herbie Hancock, Wayne Shorter e, em 1963, Lee Morgan obtem um enorme êxito com The Sidewinder e Horace Silver com Song For My Father. Por estes anos a Blue Note também se aproxima das novas tendências do Jazz (free jazz, avant-garde jazz), editando álbuns de Andrew Hill, Ornette Coleman, Cecil Taylor ou Bobby Hutcherson.
Em 1965, a Blue Note é comprada pela Liberty Records, Alfred Lion retira-se em 1967 e Francis Wolff morre em 1971: parece que o rótulo está perto do fim. No entanto a casa do Jazz irá ter uma segunda vida. Em 1969 a Liberty Records é comprada pela United Artists que por sua vez passa a fazer parte da EMI. Finalmente, em 1985, a Blue Note volta à actividade como parte da EMI Manhattan Records. McCoy Tyner, Joe Lovano e Grez Osby gravam para o selo, até que chega uma oportunidade: a reedição de álbuns clássicos em formato CD, uma mina de ouro que irá rentabilizar o amplo e valioso catálogo que possuem.
Artistas de grande êxito comercial como Norah Jones, Van Morrison, Al Green, Anita Baker ou Wynton Marsalis editam na Blue Note, um selo que começa a ver as potencialidades comerciais de uma cena emergente: o nu-jazz.
Fundam sub-etiquetas em diversos países europeus (entre eles, naturalmente, França, dada a importância que adquiriu o "toque francês"), e assinam com artistas que se caracterizam pela sua fusão do jazz com outros estilos: Erik Truffaz, St. Germain (que obtém um surpreendente êxito com o álbum Tourist), Booster, Medeski, Martin & Wood, Marc Moulin, Troublemakers, Madlib ou, recentemente, Nicola Conte.
Muitos álbuns Blue Note são considerados entre os melhores de todo o jazz. A nona edição do Penguin Guide to Jazz considera que oito em cada oitenta álbuns de jazz que merecem distinção são editados pela Blue Note.
Página oficial da Blue Note: http://www.bluenote.com/
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