domingo, 26 de fevereiro de 2012

Anita O'Day, a Jezebel do Jazz

Nascida em Chicago em 18 de Outubro de 1919, Anita O'Day foi uma das principais vozes femininas do jazz. O seu estilo tradicional oscilava entre o Swing e o Bop. Tinha um grande sentido de improvisação e de ritmo, e a sua voz era ligeiramente grave e sempre suave.
A primeira aparição de Anita O'Day numa big band rompeu com a imagem tradicional das vocalistas femininas, situando-as a um nível similar ao de outros músicos do grupo. Encorajada por sua mãe, entrou desde muito jovem no mundo da música, através de vários concursos em que participava, tanto como bailarina como cantora.
Depois de breves experiências com Benny Goodman e Raymond Scott, O'Day conseguiu um posto na orquestra de Gene Krupa em 1941. Varias semanas mais tarde, Krupa contratou o trompetista Roy Eldridge, formando-se um trio que alcançou grandes êxitos como "Let Me Off Uptown", "Boogie Blues" e "Just a Little Bit South of North Carolina". Esteve depois um breve período com Woody Herman para regressar outra vez com Krupa, até abandoná-lo novamente em 1943. Esteve com Stan Kenton em 1944 e, finalmente, antes de iniciar a sua carreira a solo em 1946, outra vez com Krupa.
A sua carreira explodiu em 1955 com o seu primeiro disco, editado pela Verve, que se chamava Anita (ou This Is Anita).
Anita O'Day foi sempre muito mais apreciada no mundo do jazz do que no da pop, e assim frequentou muitos festivais de jazz, aparecendo junto a figuras como Louis Armstrong, Thelonious Monk e George Shearing. A sua actuação no Newport Jazz Festival de 1958 tornou-a famosa em todo o mundo com a película Jazz on a Summer's Day.
A série de quase vinte discos que gravou para a Verve durante os anos cinquenta e sessenta, converteram Anita O'Day numa das mais distintas, seguidas e com maior numero de vendas no seu tempo, apenas superada por Frank Sinatra e Ella Fitzgerald. Os seus trabalhos mais importantes deste tempo incluem uma colaboração plena de swing com Billy May (Anita O'Day Swings Cole Porter with Billy May), um disco íntimo com The Oscar Peterson Quartet (Anita Sings the Most), vários tradicionais com a Buddy Bregman Orchestra (Pick Yourself Up, Anita), um trabalho de orientação cool com Jimmy Giuffre (Cool Heat) e um disco de ritmos latinos com Cal Tjader (Time for Two).
Após 1967, Anita O'Day teve que interromper a sua carreira devido a um extremo esgotamento físico derivado á sua intensa actividade artística e estilo de vida , e ao excessivo consumo de heroína. Após passar vários anos controlando a sua dependência das drogas e do álcool, regressou aos palcos no Festival de Jazz de Berlín de 1970 e nos começos do anos setenta, gravou vários discos, quer em estúdio quer em directo, muitos deles gravados no Japão, e alguns editados pelo seu próprio selo discográfico, Emily Records. Foi gravando sempre até aos anos noventa. Em 1981 publicou a sua autobiografia, intitulada High Times, Hard Times.

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