É talvez, o espaço de Jazz mais famoso de New York. A pequena sala com tecto baixo e acústica notável, foi palco de mais de 100 gravações ao vivo, muitas das quais são obras essenciais da história do jazz.
O Village Vanguard, aberto desde 1935, é o mais antigo clube de jazz em operação contínua no mundo.
Quando o fundador Max Gordon lançou o clube Greenwich Village, tinha como supremo objectivo fornecer um palco para músicos populares, poetas, actores e comediantes, bem como músicos de jazz. Desde a sua criação, o Vanguard atraiu sempre audiências bem informadas e com espírito aberto a novas tendências. Gordon deu, por exemplo, ao cantor Harry Belafonte sua primeira grande oportunidade, e Belafonte lembra hoje, tanto um grupo eclético de artistas a actuar, como o apoio do dono do clube. O Vanguard foi também um dos primeiros palcos que Woody Allen pisou como comediante. O clube e as audiências que atraiu reflectem a sensibilidade de Gordon.
Em meados dos anos 50, Max Gordon estreitou o âmbito do clube apenas a jazz, e logo ficou conhecido pelo seu feroz compromisso com esse género musical. Uma série de álbuns clássicos gravados no local, certamente que ajudaram a reforçar o perfil público do local. Em 1957, foi feita a primeira gravação no Vanguard: Sonny Rollins gravou " A Night at the Village Vanguard", que desde então tem sido amplamente reconhecido como um dos melhores álbuns ao vivo de jazz. O saxofonista Joshua Redman chama-o de referência para improvisadores e artistas.
Lorraine Gordon, que tomou conta dos destinos do clube, quando o seu marido faleceu, em 1989, diz que parte da magia é porque a sala é "comum, de uma certa maneira". A sala tem um limite máximo de apenas 132 pessoas, e essa intimidade cria uma proximidade entre artista e plateia.
O pianista McCoy Tyner, que gravou no Vanguard com John Coltrane em 1961, diz que, no clube, "você pode ouvir tudo." As propriedades acústicas do Vanguard diferenciam-no de outros clubes, mesmo que nenhuma explicação técnica o consiga explicar na totalidade. Não importa onde se esteja sentado na sala - na primeira fila, no bar na parte de trás ou nas laterais - o som é igualmente maravilhoso. Segundo Redman, não há outro lugar no mundo que pareça tão bom para tocar jazz.
Ao longo da sua vida, Max Gordon tornou-se um amigo muito respeitado para grande nomes, entre eles Miles Davis, Dexter Gordon, Elvin Jones, Charles Mingus e Bill Evans, o pianista que fez mais gravações no Vanguard do que qualquer outro músico.
O clube foi apenas fechado por uma noite, quando Max Gordon morreu em 11 de maio de 1989, mas Lorraine Gordon abriu na noite seguinte e passou a comandar o clube desde então. Com mais de 80 anos, a "Rainha Mãe de Jazz" ainda trabalha seis dias por semana. Inicialmente, Lorraine era uma fã de jazz e patrono regular da Vanguard. Anos mais tarde, ela e Max desenvolveram uma amizade, enraizada no seu amor pela música, que levou ao casamento em 1948. Embora fosse muito bem informada sobre jazz, Lorena só começou a trabalhar no clube, nos ultimos anos de vida de Max.
Lorraine Gordon desenvolveu fortes relacionamentos com músicos veteranos como os pianistas Chucho Valdés e o falecido Tommy Flanagan, que tocavam no clube com freqüência. Como o marido fez, Loraine defendeu os músicos mais jovens, como o trio The Bad Plus e o pianista Brad Mehldau. Como a maioria dos músicos que trabalham com ela atestam, também desenvolveu uma reputação de dura, uma característica necessária quando o telefone não pára de tocar no seu escritório, que serve igualmente como sala de vestir dos músicos.
No prefácio ao livro de Max Gordon de 1980 sobre o Village Vanguard, o crítico Nat Hentoff supôs que o clube tinha sobrevivido tanto tempo por causa da paixão de ambos, os artistas e os seus proprietários. Hentoff agora diz que Lorraine Gordon "merece todo o crédito" por manter a paixão e manter o Vanguard vibrante, no século 21.
Link para o website do Village Vanguard:
http://villagevanguard.com/
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