segunda-feira, 12 de março de 2012

Wynton Marsalis: a controvérsia no jazz.

O mais famoso músico de jazz desde 1980, Wynton Marsalis tem tido um grande impacto desde que começou a sua carreira. No início dos anos 80, era notícia importante quando um jovem e muito talentoso músico negro escolhesse, para ganhar a vida, tocar jazz acústico, em vez de fusão, funk, ou R&B. A chegada de Marsalis na cena musical começou com o movimento "Young Lions" e resultou que as grandes gravadoras (a maioria das quais não tinha mostrado qualquer interesse pelo jazz na década anterior), de repente, começassem a assinar e a promover novos músicos. Havia uma grande escassez de novos trompetistas desde 1970, e o aparecimento de Marsalis inspirou toda uma safra de novos tocadores de sopros.
Durante a sua carreira, Marsalis conseguiu ser uma figura controversa apesar de todas as suas óbvias habilidades. Seu conhecimento selectivo da história do jazz (considerando o avant garde pós-1965, um estilo fora do género e o fusion da década de 70, estéril), é, infelizmente, influenciado pelas crenças algo exóticas de Stanley Crouch, e devido ás suas politicas como director musical do Lincoln Center Jazz Orchestra, levou a acusações exageradas de elitismo e racismo pelos jornalistas locais da especialidade.
No entanto, Wynton Marsalis tem equilibrado todas essas críticas com o trabalho inspirador que tem feito com jovens músicos, muitos dos quais introduziu na cena jazzistica, como Roy Hargrove.
Quando chegou ao conhecimento do publico com os Jazz Messengers, Marsalis era originalmente inspirado por Freddie Hubard. No entanto, à medida que foi criando e liderando os seus próprios grupos, o som de Marsalis aparece cada vez mais perto do estilo de Miles Davis, da técnica virtuosa de Miles Davis. Foi tão elogiado pela imprensa desse tempo (que chegou a dizer que o futuro do jazz estava encontrado), que eram inevitáveis os efeitos colaterais.
Declarações, por vezes imprecisas, sobre o jazz da década de 70 e o avant garde em geral, fizeram despoletar inimizades entre os observadores, e o seu som bastante derivado de Davis, na altura, fizeram com que o seu nome aparecesse com um asterisco, aquando da avaliação do seu talento. Alguns ouvintes tiraram impressões de Marsalis como imitador de Davis, mas não levaram em conta que ele estava melhorando e desenvolvendo. Com álbum de 1990, Tune in Tomorrow, Marsalis soou finalmente a ele próprio. Encontrou a sua própria voz, explorando estilos antigos de jazz (tocando mais próximo de Louis Armstrong), dominando o wah-wah mudo e estudando Duke Ellington. Desse momento em diante, mesmo quando toca standards de Miles davis, Marsalis tem o seu próprio som, e finalmente tomou o seu lugar como um dos grandes nomes do jazz.

É hoje considerado um dos maiores virtuosos do trompete de todos os tempos, e o seu profundo respeito e divulgação das tradições musicais valeram-lhe o estatuto de "embaixador da musica americana".

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