Se existe algo que se aproxime da combinação perfeita será este duelo entre o saxofonista nórdico, Jan Garbarek, e o pianista Keith Jarrett. O poder expressivo do free jazz.
"...jazz é como um estilo que pode ser aplicado a qualquer tipo de canção." Jelly Roll Morton
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
As herdeiras da tradição vocal, Parte 1
Cantar Jazz é uma combinação única de todos os géneros musicais: desde o R&B aos blues, da soul ao rock, ou do rap ao hip hop. O que por si só acarreta a responsabilidade de não ser uma descrição fácil.
Ao longo da historia jazzistica, um punhado de cantores, nomeadamente Louis Armstrong, Billie Holiday, Sarah Vaughan, Billy Eckstine, Joe Williams, Ella Fitzgerald e Carmen McRae, elevaram o jazz cantado ao pico mais elevado das artes musicais.
Após esse naipe veio uma série de sólidas cantoras de jazz que continuaram essa tradição, nomeadamente a scatmaster Betty Carter, a suave Shirley Horn e a sempre inovadora Abbey Lincoln. Esta geração ia carregando a tocha do jazz, mas o seu desaparecimento, trouxe novas preocupações acerca da defesa do grande legado do jazz no periodo pós- Vaughan e pós-Fitzgerald.
Eis cinco das grandes cantoras que entre o publico e a crítica, dividem opiniões acerca de quem entre si merece o epíteto de Primeira Dama da Canção, título que esteve entregue a Ella Ftzgerald durante os longos e saudosos anos que esteve entre nós. Dee Dee Bridgewater, Rachelle Ferrell, Dianne Reeves, NNENNA Freelon e Cassandra Wilson.
As opiniões divergem sobre os méritos relativos dessas cantoras. Embora alguns puristas afirmem que Wilson, não é uma cantora jazz, no sentido mais restrito do termo, a verdade é que os fãs acreditam que é ela que enverga o manto de Primeira Dama do jazz.
A carreira de Dee Dee Bridgewater tem uma certa dualidade. Uma cantora das grandes tradições do jazz e uma actriz, uma estrela na Europa, e invisível em casa, mas que floresceu no seu exílio artístico. Voltou mais tarde aos Estados Unidos para lhe ser reconhecido o devido talento. Tem sido chamada de a grande cantora jazz da sua geração.
Em 1995 lançou o CD, Love and Peace: A Tribute to Horace Silver, que lhe valeu a terceira nomeação para os Grammy. Live in Paris e Keeping Tradition, foram as outras gravações que também lhe valeram respectivas nomeações. Grammy que venceria por duas vezes , ambas no mesmo ano, com o álbum Dear Ella. É também uma actriz talentosa, que tem seguido uma carreira paralela em musicais, que começou com The Wiz, em 1974, em que recebeu o Tony Award para Melhor Atriz Secundária. Bridgewater foi também a primeira atriz negra a assumir o papel de Sally Bowles em Cabaret, que foi levado à cena no Theatre Mogadoro, em Paris.
A compositora, letrista, arranjadora e vocalista, Rachelle Ferrell, leva todos os seus dons e o seu alcance de voz de 6 oitavas para um concerto. É uma raridade no mundo da música, com contratos de gravação em editoras de jazz e de pop/R&B. Foi premiada com um prêmio Pollstar para a melhor nova artista contemporânea de jazz em 1994. A consistência de Ferrell enche as maiores salas de concerto, e o seu sucesso foi predito por, nada mais nada menos, que Dizzy Gillespie, que disse a seus pais, "Rachelle será uma das maiores forças da industria do jazz". O seu primeiro Cd para a Blue Note, Instrument, esteve no Jazz Top da Billboard em 1995: "Escolhi este título para lembrar ás pessoas que a voz era, e é o primeiro instrumento...Eu quero trazer de volta o valor intrínseco da voz.", diz ela.
A cantora/compositora NNENNA FREELON é uma talentosa artista e educadora que já é amplamente respeitada nos meandros do jazz. Vencedora de um Billie Holiday Award da prestigiosa Academic Du Jazz, pelo seu Shaking Free, e que também lhe valeu uma das cinco nomeações para os Grammy. Freelon abriu para Ray Charles e Al Jarreau, entre outros. Maya Angelou, diz que Freelon lembra uma "jovem Sarah ou Ella ou Dinah. A beleza duradoura de sua voz faz o ouvinte recordar-se de ter ouvido tão transparente talento, 35 e 40 e até 50 anos atrás".
Dianne Reeves reuniu três gerações de artistas no seu álbum de 1996, para a Blue Note, The Grand Encounter. Nesse álbum, Reeves mergulhou profundamente nas raízes jazz, e escolheu os seus standards favoritos para gravar com seus artistas favoritos. O veterano vocalista Joe Williams junta-se a Reeves na balada, "Tenderly", e o esforço produziu "pura magia", segundo Reeves. Williams não foi de menos cortesia: "Dianne Reeves é a extensão legítima de Ella, Sarah, Carmen e de todos que possam pertencer a esse grande agrupamento,", diz ele. Dianne Reeves dedicou The Grand Encounter, à falecida Ella Fitzgerald. Em 1987, Reeves actua no "Echoes of Ellington", concerto em Los Angeles, que lhe valeu a sua primeira indicação para um Grammy. Nomeação que repetiria em 1995 com o CD, Quiet After the Storm.
Grammy que venceria por quatro vezes com os álbuns: In the Moment - Live In Concert (2001), The Calling: Celebrating Sarah Vaughan (2002), A Little Moonlight (2003) e Good Night, and Good Luck (2006).
Cassandra Wilson transcende qualquer categoria e desafia as convenções: "Eu não me defino, eu faço o que faço", disse ela. E se a aclamação do publico é um barómetro então o que ela faz, fá-lo muito bem. Com quase duas dezenas de álbuns a solo por trás dela, os críticos coroaram-na como uma das grandes vocalistas de jazz da sua geração. Embora não se defina apenas como uma cantora de jazz, Wilson reconhece a influência que o jazz tem desempenhado na sua carreira: "Naturalmente, a sensibilidade do jazz está lá. É a minha fundação. O meu pai era um músico de jazz e foi essa a primeira música a que eu estava exposta. Entretanto, eu escuto todos os tipos de música, R & B, folk, blues, tudo." A sua versão assombrosa de "Strange Fruit" de Billie Holiday, transporta um ouvinte para a era pré-Direitos Civis, quando as árvores do sul floresciam com os corpos dos negros linchados. Cassandra conta que a música foi particularmente difícil para ela cantar: "Mas as emoções são reais, as emoções trabalham na memória dos sentidos, as emoções trabalham em você espiritualmente.". Cassandra venceu dois Grammys, em 1996 o prémio para Melhor Performance Vocal de Jazz por "New Moon Daughter", e Melhor álbum Vocal de Jazz por Loverly em 2009.
Ao longo da historia jazzistica, um punhado de cantores, nomeadamente Louis Armstrong, Billie Holiday, Sarah Vaughan, Billy Eckstine, Joe Williams, Ella Fitzgerald e Carmen McRae, elevaram o jazz cantado ao pico mais elevado das artes musicais.
Após esse naipe veio uma série de sólidas cantoras de jazz que continuaram essa tradição, nomeadamente a scatmaster Betty Carter, a suave Shirley Horn e a sempre inovadora Abbey Lincoln. Esta geração ia carregando a tocha do jazz, mas o seu desaparecimento, trouxe novas preocupações acerca da defesa do grande legado do jazz no periodo pós- Vaughan e pós-Fitzgerald.
Eis cinco das grandes cantoras que entre o publico e a crítica, dividem opiniões acerca de quem entre si merece o epíteto de Primeira Dama da Canção, título que esteve entregue a Ella Ftzgerald durante os longos e saudosos anos que esteve entre nós. Dee Dee Bridgewater, Rachelle Ferrell, Dianne Reeves, NNENNA Freelon e Cassandra Wilson.
As opiniões divergem sobre os méritos relativos dessas cantoras. Embora alguns puristas afirmem que Wilson, não é uma cantora jazz, no sentido mais restrito do termo, a verdade é que os fãs acreditam que é ela que enverga o manto de Primeira Dama do jazz.

A cantora/compositora NNENNA FREELON é uma talentosa artista e educadora que já é amplamente respeitada nos meandros do jazz. Vencedora de um Billie Holiday Award da prestigiosa Academic Du Jazz, pelo seu Shaking Free, e que também lhe valeu uma das cinco nomeações para os Grammy. Freelon abriu para Ray Charles e Al Jarreau, entre outros. Maya Angelou, diz que Freelon lembra uma "jovem Sarah ou Ella ou Dinah. A beleza duradoura de sua voz faz o ouvinte recordar-se de ter ouvido tão transparente talento, 35 e 40 e até 50 anos atrás".
Cassandra Wilson transcende qualquer categoria e desafia as convenções: "Eu não me defino, eu faço o que faço", disse ela. E se a aclamação do publico é um barómetro então o que ela faz, fá-lo muito bem. Com quase duas dezenas de álbuns a solo por trás dela, os críticos coroaram-na como uma das grandes vocalistas de jazz da sua geração. Embora não se defina apenas como uma cantora de jazz, Wilson reconhece a influência que o jazz tem desempenhado na sua carreira: "Naturalmente, a sensibilidade do jazz está lá. É a minha fundação. O meu pai era um músico de jazz e foi essa a primeira música a que eu estava exposta. Entretanto, eu escuto todos os tipos de música, R & B, folk, blues, tudo." A sua versão assombrosa de "Strange Fruit" de Billie Holiday, transporta um ouvinte para a era pré-Direitos Civis, quando as árvores do sul floresciam com os corpos dos negros linchados. Cassandra conta que a música foi particularmente difícil para ela cantar: "Mas as emoções são reais, as emoções trabalham na memória dos sentidos, as emoções trabalham em você espiritualmente.". Cassandra venceu dois Grammys, em 1996 o prémio para Melhor Performance Vocal de Jazz por "New Moon Daughter", e Melhor álbum Vocal de Jazz por Loverly em 2009.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Os melhores álbuns: Modern Jazz Quartet - Pyramid
"Pyramid", álbum da Atlantic Jazz, é uma obra deslumbrante. Requintado, rebuscado, pleno de espírito barroco, está entre as principais obras primas que o jazz nos permitiu conhecer. A importância deste registo, de 1958, é que contém uma das mais marcantes composições de toda a historia musical do Jazz, ou seja, "Django".
"Django" já foi executada centenas de vezes desde 1955.
O Modern Jazz Quartet estava no melhor período da sua existência, a fase mais madura sobre a liderança de John Lewis.
A música de MJQ é uma mistura mágica de uma bem definida e complexa estrutura musical, complexo derivado do clássico barroco de John Lewis, com a fluência melódica , a swingada influência melódica de Milton Jackson e do seu vibrafone.
Estas personalidades contrastantes, vão-se cruzando em todo o disco, mas é em Django que têm o melhor encontro. A passagem do crescendo emocionante de Milton Jackson para o solo moderado de John Lewis é apenas uma obra-prima em circulação. Numa alegoria, é como a imagem de como, às vezes, na vida temos de abrandar e restringir os sentimentos, para experimentar a tristeza do evento final.
Neste álbum há também as notáveis "Vendome" e "Pyramid", a primeira pelos deliciosos contratempos, a segunda pelo prazer de ouvir os diálogos intensos entre o piano e o vibrafone. No entanto, a música do Modern Jazz Quartet tem uma limitação, é de um tipo único que nunca se poderá tornar um estilo, ou sequer uma tendência; nunca ninguem poderá imitá-los, infelizmente, MJQ representa um nicho sem descendentes. Ainda assim, o rigor formal da musica da banda de John Lewis, Milt Jackson, Percy Heath e Connie Kay, serve como ponto de referência para alargar o mundo da música jazz de tal forma que permite a sua aceitação em todos os lugares, incluindo conservatórios clássicos.
De facto este álbum é a demonstração de que o Modern Jazz Quartet é o grupo de Jazz mais coerente que sempre existiu, mais homogéneo e determinado de todo o jazz.
Músicos: John Lewis, piano; Milton Jackson, vibrafone; Percy Heath no contrabaixo; Connie Kay, bateria. Tracks: 1- Django; 2-Vendome; 3-pyramid
Estas personalidades contrastantes, vão-se cruzando em todo o disco, mas é em Django que têm o melhor encontro. A passagem do crescendo emocionante de Milton Jackson para o solo moderado de John Lewis é apenas uma obra-prima em circulação. Numa alegoria, é como a imagem de como, às vezes, na vida temos de abrandar e restringir os sentimentos, para experimentar a tristeza do evento final.
Neste álbum há também as notáveis "Vendome" e "Pyramid", a primeira pelos deliciosos contratempos, a segunda pelo prazer de ouvir os diálogos intensos entre o piano e o vibrafone. No entanto, a música do Modern Jazz Quartet tem uma limitação, é de um tipo único que nunca se poderá tornar um estilo, ou sequer uma tendência; nunca ninguem poderá imitá-los, infelizmente, MJQ representa um nicho sem descendentes. Ainda assim, o rigor formal da musica da banda de John Lewis, Milt Jackson, Percy Heath e Connie Kay, serve como ponto de referência para alargar o mundo da música jazz de tal forma que permite a sua aceitação em todos os lugares, incluindo conservatórios clássicos.
De facto este álbum é a demonstração de que o Modern Jazz Quartet é o grupo de Jazz mais coerente que sempre existiu, mais homogéneo e determinado de todo o jazz.
Músicos: John Lewis, piano; Milton Jackson, vibrafone; Percy Heath no contrabaixo; Connie Kay, bateria. Tracks: 1- Django; 2-Vendome; 3-pyramid
domingo, 29 de janeiro de 2012
10 grandes pianistas do jazz contemporâneo
Com toda uma historia do Jazz por trás, os pianistas contemporâneos inovam, aproveitando as raízes para criar as bases dos seus próprios estilos. Eis uma lista de alguns dos mais importantes pianistas que têm empurrado o Jazz em novas direcções.
Henry Butler, 21 de setembro de 1949, New Orleans, que nasceu cego, é um pianista conhecido pela sua técnica, e pela sua habilidade em tocar vários estilos musicais. É referido por Dr. John como "o orgulho de New Orleans", e é o pianista mais representativo da sua geração.
Estudou piano jazz com Geoge Duke e Mabern Harold, e foi aluno do mestre de R&B, Professor Longahair. Gravou para a Impulse e para a Basin Street Records.
Fez a sua estreia nos palcos no inicio dos anos 80, tocando com os Messengers Art Blakey Jazz. Em 1986, Henry gravou o seu primeiro álbum como líder, com a participação do contrabaixista Charlie Haden.
Vive em New York desde a devastação de New Orleans pelo furacão Katrina.
Armando "Chick" Corea, nascido em 12 de Junho de 1941), é um dos grandes músicos compositores do Jazz actual. Muitas das suas composições são consideradas standards do jazz.
Como membro da banda de Miles Davis nos anos 60, participou no movimento do jazz-fusion. Nos anos 70 formou os Return To Forever. Com Herbie Hancock, McCoy Tyner e Keith Jarrett, tem sido descrito como uma das maiores vozes do piano jazz da era pós-John Coltrane.
A sua vontade de actuar como um agente livre e, compulsivamente, explorar caminhos diferentes de fazer música, posicionou-o como uma das figuras mais influentes e amplamente estudadas nos últimos 40 anos. Corea tem continuado a perseguir outras colaborações e a explorar diferentes estilos musicais ao longo da década de 1980 e 1990.
O seu álbum de 1968, "Now He Sings, Now He Sobs", foi induzido no Grammy Hall of Fame em 1999.
Geri Allen nasceu em Pontiac no Michigan, em 12 de Junho de 1957. É uma pianista/compositora e professora americana.
Allen tem trabalhado com muitos dos grandes da moderna musica jazz, como Ornette Coleman, Ron Carter, Ravi Coltrane, Tony Williams, Dave Holland, Jack DeJohnette, Betty Carter, e Charles Lloyd. Cita os seus pai como principais influências, e os seus principais mentores musicais, Marcus Belgrave, Donald Waldon, and Betty Carter, assim como os pianistas, Herbie Hancock, Mary Lou Williams, Hank Jones, Alice Coltrane, Cecil Taylor, Thelonious Monk, McCoy Tyner, Bud Powell e Billy Taylor.
Allen é Professora Assistente da cadeira de Jazz e Improvisação Contemporânea na School Of Music Theatre and Dance, na Universidade do Michigan.
Cyrus Chestnut nasceu em Baltimore, em 17 de janeiro de 1963. O seu pai era um pianista de gospel, e Cyrus começou a ter aulas de piano aos 5 anos.
Fez a sua primeira apresentação pública aos 7 e descobriu o jazz com a idade de 9 anos.
Cyrus foi estudar para a Berklee College of Music de Boston em 1981. Depois de terminar a escolaridade, começou a tocar com o vocalista John Hendicks, o que lhe permitiu, mais tarde, entrar para a banda do trompetista Wynton Marsalis e de Betty Carter.
Dos pianistas de jazz contemporâneo, Cyrus Chestnut, é o que tira o máximo proveito da tradição gospel. Muitas de suas gravações têm esse toque, embora também seja eximio no bop, em stride, e blues.
Benny Green é um pianista nova-iorquino de hard bop, nascido em 4 de abril de 1963 que foi membro do Messengers Art Blakey Jazz. Tem sido comparado a Bud Powell no seu estilo, e o próprio conta que foi a sua principal influência.
Estudou piano clássico desde os sete anos de idade, e deve a seu pai, que era um saxofonista tenor, o grande interesse que desenvolveu, ainda criança, pelo Jazz.
Benny Green foi "descoberto" por Faye Carroll, e mais tarde, ainda na sua adolescência, tocou num quinteto liderado por Eddie Henderson. Em abril de 1983 juntou-se à banda de Betty Carter, e a partir de 1991 formou o seu próprio trio.
Grava para a Blue Note Records, Telarc International Corporation, e para a holandesa Jazz Criss Cross . Atualmente reside em Berkeley, na Califórnia, onde pratica piano e compõe música para filmes.
Marcus Roberts nasceu em 7 de agosto de 1963, em Jacksonville, na Florida, e ficou cego aos 5 anos de idade.
A fama conquistou-a como pianista stride, empenhado em celebrar os padrões clássicos e as tradições do jazz. Roberts tambem se distingue pelos seus solos acompanhados por espontâneas linhas de baixo.
É famoso por interpretar Thelonious Monk, trazendo dissonâncias criativas para as composições de Monk. Marcus Roberts é um pianista de jazz contemporâneo que gosta do estilo tradicional. Nele não é dificil de reconhecer elementos polirrítmicos dos blues, do stride ou do ragtime.
Diana Krall, é uma pianista e cantora canadense, nascida em 16 de novembro de 1964.
Conhecida pelos seus contraltos vocais, já vendeu mais de de 6 milhões de álbuns, só nos Estados Unidos, e mais de 15 milhões por todo o mundo. A Billboard Magazine, em 11 de dezembro de 2009, nomeou-a como a segunda melhor artista de jazz da década de 2000, estabelecendo-a como uma das artistas mais vendidas no seu tempo. Já ganhou três Grammy e oito prémios Juno.
Diana Krall é mais conhecida pelos seus dotes de cantora do que como pianista, mas é uma pianista de jazz contemporâneo que tem grande facilidade técnica nas teclas: toca swing e hard bop, com a mesma facilidade com que sola calmas linhas de bossa nova. A sua forma de tocar apresenta sempre uma sensação de melodiosa calma.
Bill Charlap, é um pianista nova-iorquino nascido a 15 de outubro de 1966.
O seu pai era Moose Charlap, um compositor da Broadway mais conhecido por seu trabalho em Peter Pan.
Crescendo sempre rodeado de musica, desde cedo Bill começou a aprender os clássicos.
Estudou música na SUNY Purchase, até sair em turné com o sax barítono Gerry Mulligan. Mais tarde, trabalharia com Sheila Jordan e Phil Woods.
Talvez por causa da sua educação na Broadway, a paixão de Bill sempre foi direccionada para os standards. É possuidor de uma facilidade técnica notável.
Gravou para a Blue Note e para a Criss Cross.
Como Henry Butler, Harry Connick, Jr. vem de New Orleans. O pai de Harry era o procurador distrital e a sua mãe era uma juiza. Aos 5 anos Harry tocou a "Star Spangled Banner" na cerimonia de posse do seu pai.
Teve aulas com Ellis Marsalis e James Booker. E chegou a tocar com o grande nome do ragtime, Eubie Blake. Harry gravou o seu primeiro disco aos 9 anos, mudou-se para Nova York aos 18 anos e assinou com a Columbia Records.
Aos 20 anos tem um show no mundialmente famoso, Oak Room, e as coisas naturalmente acontecem: canta na trilha sonora do filme When Harry Met Sally, e sua carreira descola. Desde então, já lançou vários álbuns de standards e de canções originais, actuou em vários filmes e séries de TV, e realizou turnés com a sua big band.
Harry Connick, Jr. tem um estilo embebido na tradição, mas apoiado em muita técnica. Pode-se ouvir a influência dos grandes nomes de New Orleans, mas a cantar lembra a forma mais descontraída de Frank Sinatra.
Brad Mehldau nasceu em Jacksonville, na Flórida, em 23 de agosto de 1970. É um dos grandes nomes do Jazz actual.
Além de liderar o seu próprio grupo, o Brad Mehldau Trio, já tocou com muitos artistas de renome, incluindo Pat Metheny, Wayne Shorter, Harry Grenadier, Peter Bernstein, Jeff Ballard, Joshua Redman, Christian McBride, Michael Brecker, Chris Potter, Kurt Rosenwinkel, Brian Blade, Jimmy Cobb, com os vocalistas clássicos Renée Fleming e Anne Sofie von Otter, e singer-songwriters como Thile Chris e John Mayer.
Estudou o repertório clássico, e especialmente os compositores alemães. Conta que se sentiu inspirado a tocar jazz depois de ouvir o álbum de Keith Jarrett, The Koln Concert.
Enquanto estudante, Brad ganhou o Berklee College of Music Award para músico mais versátil, o mais novo vencedor desse prêmio. Aos 18 anos Brad foi para Nova York para estudar na The New School, sob a tutela dos pianistas Fred Hersch, Mance Júnior e Werner Kenny.
A sua música foi destaque no filme de Stanley Kubrick, Eyes Wide Shut.
Henry Butler, 21 de setembro de 1949, New Orleans, que nasceu cego, é um pianista conhecido pela sua técnica, e pela sua habilidade em tocar vários estilos musicais. É referido por Dr. John como "o orgulho de New Orleans", e é o pianista mais representativo da sua geração.
Estudou piano jazz com Geoge Duke e Mabern Harold, e foi aluno do mestre de R&B, Professor Longahair. Gravou para a Impulse e para a Basin Street Records.
Fez a sua estreia nos palcos no inicio dos anos 80, tocando com os Messengers Art Blakey Jazz. Em 1986, Henry gravou o seu primeiro álbum como líder, com a participação do contrabaixista Charlie Haden.
Vive em New York desde a devastação de New Orleans pelo furacão Katrina.
Armando "Chick" Corea, nascido em 12 de Junho de 1941), é um dos grandes músicos compositores do Jazz actual. Muitas das suas composições são consideradas standards do jazz.
Como membro da banda de Miles Davis nos anos 60, participou no movimento do jazz-fusion. Nos anos 70 formou os Return To Forever. Com Herbie Hancock, McCoy Tyner e Keith Jarrett, tem sido descrito como uma das maiores vozes do piano jazz da era pós-John Coltrane.
A sua vontade de actuar como um agente livre e, compulsivamente, explorar caminhos diferentes de fazer música, posicionou-o como uma das figuras mais influentes e amplamente estudadas nos últimos 40 anos. Corea tem continuado a perseguir outras colaborações e a explorar diferentes estilos musicais ao longo da década de 1980 e 1990.
O seu álbum de 1968, "Now He Sings, Now He Sobs", foi induzido no Grammy Hall of Fame em 1999.
Geri Allen nasceu em Pontiac no Michigan, em 12 de Junho de 1957. É uma pianista/compositora e professora americana.
Allen tem trabalhado com muitos dos grandes da moderna musica jazz, como Ornette Coleman, Ron Carter, Ravi Coltrane, Tony Williams, Dave Holland, Jack DeJohnette, Betty Carter, e Charles Lloyd. Cita os seus pai como principais influências, e os seus principais mentores musicais, Marcus Belgrave, Donald Waldon, and Betty Carter, assim como os pianistas, Herbie Hancock, Mary Lou Williams, Hank Jones, Alice Coltrane, Cecil Taylor, Thelonious Monk, McCoy Tyner, Bud Powell e Billy Taylor.
Allen é Professora Assistente da cadeira de Jazz e Improvisação Contemporânea na School Of Music Theatre and Dance, na Universidade do Michigan.
Cyrus Chestnut nasceu em Baltimore, em 17 de janeiro de 1963. O seu pai era um pianista de gospel, e Cyrus começou a ter aulas de piano aos 5 anos.
Fez a sua primeira apresentação pública aos 7 e descobriu o jazz com a idade de 9 anos.
Cyrus foi estudar para a Berklee College of Music de Boston em 1981. Depois de terminar a escolaridade, começou a tocar com o vocalista John Hendicks, o que lhe permitiu, mais tarde, entrar para a banda do trompetista Wynton Marsalis e de Betty Carter.
Dos pianistas de jazz contemporâneo, Cyrus Chestnut, é o que tira o máximo proveito da tradição gospel. Muitas de suas gravações têm esse toque, embora também seja eximio no bop, em stride, e blues.
Benny Green é um pianista nova-iorquino de hard bop, nascido em 4 de abril de 1963 que foi membro do Messengers Art Blakey Jazz. Tem sido comparado a Bud Powell no seu estilo, e o próprio conta que foi a sua principal influência.
Estudou piano clássico desde os sete anos de idade, e deve a seu pai, que era um saxofonista tenor, o grande interesse que desenvolveu, ainda criança, pelo Jazz.
Benny Green foi "descoberto" por Faye Carroll, e mais tarde, ainda na sua adolescência, tocou num quinteto liderado por Eddie Henderson. Em abril de 1983 juntou-se à banda de Betty Carter, e a partir de 1991 formou o seu próprio trio.
Grava para a Blue Note Records, Telarc International Corporation, e para a holandesa Jazz Criss Cross . Atualmente reside em Berkeley, na Califórnia, onde pratica piano e compõe música para filmes.
Marcus Roberts nasceu em 7 de agosto de 1963, em Jacksonville, na Florida, e ficou cego aos 5 anos de idade.
A fama conquistou-a como pianista stride, empenhado em celebrar os padrões clássicos e as tradições do jazz. Roberts tambem se distingue pelos seus solos acompanhados por espontâneas linhas de baixo.
É famoso por interpretar Thelonious Monk, trazendo dissonâncias criativas para as composições de Monk. Marcus Roberts é um pianista de jazz contemporâneo que gosta do estilo tradicional. Nele não é dificil de reconhecer elementos polirrítmicos dos blues, do stride ou do ragtime.
Diana Krall, é uma pianista e cantora canadense, nascida em 16 de novembro de 1964.
Conhecida pelos seus contraltos vocais, já vendeu mais de de 6 milhões de álbuns, só nos Estados Unidos, e mais de 15 milhões por todo o mundo. A Billboard Magazine, em 11 de dezembro de 2009, nomeou-a como a segunda melhor artista de jazz da década de 2000, estabelecendo-a como uma das artistas mais vendidas no seu tempo. Já ganhou três Grammy e oito prémios Juno.
Diana Krall é mais conhecida pelos seus dotes de cantora do que como pianista, mas é uma pianista de jazz contemporâneo que tem grande facilidade técnica nas teclas: toca swing e hard bop, com a mesma facilidade com que sola calmas linhas de bossa nova. A sua forma de tocar apresenta sempre uma sensação de melodiosa calma.
Bill Charlap, é um pianista nova-iorquino nascido a 15 de outubro de 1966.
O seu pai era Moose Charlap, um compositor da Broadway mais conhecido por seu trabalho em Peter Pan.
Crescendo sempre rodeado de musica, desde cedo Bill começou a aprender os clássicos.
Estudou música na SUNY Purchase, até sair em turné com o sax barítono Gerry Mulligan. Mais tarde, trabalharia com Sheila Jordan e Phil Woods.
Talvez por causa da sua educação na Broadway, a paixão de Bill sempre foi direccionada para os standards. É possuidor de uma facilidade técnica notável.
Gravou para a Blue Note e para a Criss Cross.
Como Henry Butler, Harry Connick, Jr. vem de New Orleans. O pai de Harry era o procurador distrital e a sua mãe era uma juiza. Aos 5 anos Harry tocou a "Star Spangled Banner" na cerimonia de posse do seu pai.
Teve aulas com Ellis Marsalis e James Booker. E chegou a tocar com o grande nome do ragtime, Eubie Blake. Harry gravou o seu primeiro disco aos 9 anos, mudou-se para Nova York aos 18 anos e assinou com a Columbia Records.
Aos 20 anos tem um show no mundialmente famoso, Oak Room, e as coisas naturalmente acontecem: canta na trilha sonora do filme When Harry Met Sally, e sua carreira descola. Desde então, já lançou vários álbuns de standards e de canções originais, actuou em vários filmes e séries de TV, e realizou turnés com a sua big band.
Harry Connick, Jr. tem um estilo embebido na tradição, mas apoiado em muita técnica. Pode-se ouvir a influência dos grandes nomes de New Orleans, mas a cantar lembra a forma mais descontraída de Frank Sinatra.
Brad Mehldau nasceu em Jacksonville, na Flórida, em 23 de agosto de 1970. É um dos grandes nomes do Jazz actual.
Além de liderar o seu próprio grupo, o Brad Mehldau Trio, já tocou com muitos artistas de renome, incluindo Pat Metheny, Wayne Shorter, Harry Grenadier, Peter Bernstein, Jeff Ballard, Joshua Redman, Christian McBride, Michael Brecker, Chris Potter, Kurt Rosenwinkel, Brian Blade, Jimmy Cobb, com os vocalistas clássicos Renée Fleming e Anne Sofie von Otter, e singer-songwriters como Thile Chris e John Mayer.
Estudou o repertório clássico, e especialmente os compositores alemães. Conta que se sentiu inspirado a tocar jazz depois de ouvir o álbum de Keith Jarrett, The Koln Concert.
Enquanto estudante, Brad ganhou o Berklee College of Music Award para músico mais versátil, o mais novo vencedor desse prêmio. Aos 18 anos Brad foi para Nova York para estudar na The New School, sob a tutela dos pianistas Fred Hersch, Mance Júnior e Werner Kenny.
A sua música foi destaque no filme de Stanley Kubrick, Eyes Wide Shut.
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Duetos de antologia: Chick Corea e Bobby McFerrin
Uma fantástica colaboração entre dois mestres da improvisação: Corea é a óbvia demonstração do poder evolutivo do Jazz, e McFerrin foi abençoado pelos deuses com um belíssimo dom.
sábado, 28 de janeiro de 2012
Os grandes momentos do Jazz (16)
Tocar como Stanley Jordan é a aspiração de qualquer jovem guitarrista. Eis a sua espectacular técnica de two handed tapping levada ao extremo neste clássico, no Barcelona Guitar Festival, em 1992.
Duetos de antologia: Charlie Haden e Pat Metheny
A simbiose existente entre o contrabaixista, Charlie Haden, e o guitarrista Pat Metheny, está bem expressa neste clássico de Henry Mancini, para o filme do mesmo nome, de Stanley Donen. A sobriedade e concentração dos dois músicos demonstra a sua ímpar genialidade. Momento antológico.
A música maravilhosa de Anouar Brahem.
Anouar Brahem, nascido em Tunes em 20 outubro de 1957, é um compositor e tocador de oud - instrumento de cordas similar ao alaúde europeu, que se distingue deste pela ausência de trastes.
Tocando principalmente para uma audiência de Jazz, funde no seu estilo, música clássica árabe, musica popular e Jazz, e é aclamado como um dos músicos mais inovadores e cativantes no seu campo.
Uma breve resenha dos três álbuns que melhor definem os sons do coração da musica de Anouar Brahem.
Conte de l'incroyable amour da ECM, é um álbum de 1992, com a participação, para além de Anouar Brahem no oud, de Barbaros Erköse no clarinete, Kudsi Erguner na nay ( uma flauta de cana), Lassad Hosni no bendir e na darbouka.
Ouvir este Conte de l'incroyable amour, o segundo disco de Anouar, é uma experiência auditiva mais que gratificante, onde o desempenho dos músicos se revela de uma beleza e virtuosismo ímpares. E não é apenas pelo som que sai para ouvidos, mas tambem pelas vibrações de amor que nele ecoam.
A peça central do álbum é a faixa título, "Conte de l'amour incroyable". Tudo evolui em torno dela: desta verdadeira história de amor incrível, em que Anouar Brahem puxa as cordas do seu oud e do seu coração, ao mesmo tempo. A musica nunca nos faz sentir sentimentais mas plenos de amor para a vida.
E é tambem um álbum cheio de solidão mágica feito para artistas, para pessoas sensíveis, criativas.
Tracks
1.Etincelles ; 2.Le Chien Sur Les Ajuelhando De La Devineresse (Pour Sabria); 3.L'Oiseau De Bois; 4.Lumière Du Silence; 5.Conte De L'Amour Incroyable; 6. Peshrev Hidjaz Homayoun; 7.Diversion; 8.Nayzak; 9.Battements; 10.En Souvenir D'Iram; 11.Iram Retrouvee; 12.Epilogue (Pour Manfred Eicher)
Le Pas du Chat Noir, da ECM. Álbum de 2002, que para além de Brahem no oud, conta com François Couturier no piano e Jean-Louis Matinier no acordeão.
Álbum sublime que evidencia uma intensidade moderada, secreta, mas de inegável sentimento e beleza. É um álbum que parece moderno e arcaico, ao mesmo tempo, e que soa como sofisticada música de salão de arte parisiense. As melodias de Anouar Brahem soam pungentes, relaxantes, mas deixam espaço para as contribuições dos seus dois colegas no piano e no acordeão. A musica deste álbum consegue transportar o ouvinte num tapete sonoro para outros lugares no mundo e, aparentemente, esses lugares não parecem deste universo, mas de um universo paralelo.
É quase como poesia, uma música perfeita para acalmar a alma.
Tracks:
1.Le Pas Du Chat Noir; 2.De Tout Ton Coeur; 3.Leila Au Pays Du Carrousel; 4.Pique-Nique À Nagpur; 5.C'est Ailleurs; 6.Toi Qui Sait; 7.L'Arbre Qui Voit; 8.Un Point Bleu; 9.Les Ailes Du Bourak; 10.Rue Du Départ; 11.Leila Au Pays Du Carrousel; 12.Déjà vu
The Astounding Eyes of Rita, do selo ECM, lançado em 2009. Com Anouar Brahem no oud, Klaus Gesing no clarinete baixo, Björn Meyer na guitarra baixo e Khaled Yassine nas percussões.
Musica de uma beleza incrivel, que parece vinda bem do coração da alma humana. Talvez o disco mais pessoal de Anouar Brahem, onde o oud vai expressando linhas melódicas, silenciosamente, suavemente, ressaltando a fonte profunda das peças musicais. Anouar é acompanhado neste disco pela sensibilidade maravilhosa do clarinete de Klaus Gesing, do contrabaixo de Bjorn Meyer e da darbouka de Khaled Yassine. Os quatro musicos misturam-se perfeitamente nos fluxos musicais que Brahem compôs para este disco: linhas sinuosas que se entrelaçam em momentos de delicada harmonia.
Álbum muito próximo do dolorosamente belo Le pas du chat noir, esta é uma das gravações mais bonitas da musica instrumental acústica.
Tracks
1. The Lover Of Beirut; 2. Dance With Waves; 3. Stopover At Djibouti; 4. The Astounding Eyes; 5. Of Rita; 6. Al Birwa; 7. Galilee Mon Amour; ; 8. Waking State; 9. For No Apparent reason
Tocando principalmente para uma audiência de Jazz, funde no seu estilo, música clássica árabe, musica popular e Jazz, e é aclamado como um dos músicos mais inovadores e cativantes no seu campo.
Uma breve resenha dos três álbuns que melhor definem os sons do coração da musica de Anouar Brahem.
Conte de l'incroyable amour da ECM, é um álbum de 1992, com a participação, para além de Anouar Brahem no oud, de Barbaros Erköse no clarinete, Kudsi Erguner na nay ( uma flauta de cana), Lassad Hosni no bendir e na darbouka.
Ouvir este Conte de l'incroyable amour, o segundo disco de Anouar, é uma experiência auditiva mais que gratificante, onde o desempenho dos músicos se revela de uma beleza e virtuosismo ímpares. E não é apenas pelo som que sai para ouvidos, mas tambem pelas vibrações de amor que nele ecoam.
A peça central do álbum é a faixa título, "Conte de l'amour incroyable". Tudo evolui em torno dela: desta verdadeira história de amor incrível, em que Anouar Brahem puxa as cordas do seu oud e do seu coração, ao mesmo tempo. A musica nunca nos faz sentir sentimentais mas plenos de amor para a vida.
E é tambem um álbum cheio de solidão mágica feito para artistas, para pessoas sensíveis, criativas.
Tracks
1.Etincelles ; 2.Le Chien Sur Les Ajuelhando De La Devineresse (Pour Sabria); 3.L'Oiseau De Bois; 4.Lumière Du Silence; 5.Conte De L'Amour Incroyable; 6. Peshrev Hidjaz Homayoun; 7.Diversion; 8.Nayzak; 9.Battements; 10.En Souvenir D'Iram; 11.Iram Retrouvee; 12.Epilogue (Pour Manfred Eicher)
Le Pas du Chat Noir, da ECM. Álbum de 2002, que para além de Brahem no oud, conta com François Couturier no piano e Jean-Louis Matinier no acordeão.
É quase como poesia, uma música perfeita para acalmar a alma.
Tracks:
1.Le Pas Du Chat Noir; 2.De Tout Ton Coeur; 3.Leila Au Pays Du Carrousel; 4.Pique-Nique À Nagpur; 5.C'est Ailleurs; 6.Toi Qui Sait; 7.L'Arbre Qui Voit; 8.Un Point Bleu; 9.Les Ailes Du Bourak; 10.Rue Du Départ; 11.Leila Au Pays Du Carrousel; 12.Déjà vu
The Astounding Eyes of Rita, do selo ECM, lançado em 2009. Com Anouar Brahem no oud, Klaus Gesing no clarinete baixo, Björn Meyer na guitarra baixo e Khaled Yassine nas percussões.
Musica de uma beleza incrivel, que parece vinda bem do coração da alma humana. Talvez o disco mais pessoal de Anouar Brahem, onde o oud vai expressando linhas melódicas, silenciosamente, suavemente, ressaltando a fonte profunda das peças musicais. Anouar é acompanhado neste disco pela sensibilidade maravilhosa do clarinete de Klaus Gesing, do contrabaixo de Bjorn Meyer e da darbouka de Khaled Yassine. Os quatro musicos misturam-se perfeitamente nos fluxos musicais que Brahem compôs para este disco: linhas sinuosas que se entrelaçam em momentos de delicada harmonia.
Álbum muito próximo do dolorosamente belo Le pas du chat noir, esta é uma das gravações mais bonitas da musica instrumental acústica.
Tracks
1. The Lover Of Beirut; 2. Dance With Waves; 3. Stopover At Djibouti; 4. The Astounding Eyes; 5. Of Rita; 6. Al Birwa; 7. Galilee Mon Amour; ; 8. Waking State; 9. For No Apparent reason
Fusão do Jazz com a World Music: algumas sugestões
O Jazz foi sempre uma musica em evolução desde o seu aparecimento há um século atrás; durante todos estes anos desenvolveu-se exponencialmente, mas de uma forma mais acentuada a partir dos anos sessenta. Ganhou status como uma musica que representa a liberdade, e os musicos ao longo do globo têm livremente integrados elementos do jazz em suas músicas próprias. A capacidade que o Jazz têm de se misturar com outras culturas antigas e tradicionais, é algo que deve ser saudado, pois é este o destino de uma forma de arte universal.
Algumas sugestões dessa aproximação que músicos dos mais variados géneros e países têm feito à musica de improvisação.
O álbum, "Al-Jadida", de Rabih Abou-Khalil é incrivel. Rabih é um musico libanês tocador de Ud - um instrumento sem trastes, parecido com o Alaúde europeu -, cujo trabalho mistura música tradicional árabe com jazz, rock e música erudita.
"Al-Jadida", é um álbum de 1990, com Sonny Fortune no sax alto, Glenn Moore no baixo e Ramesh Shotham e Nabil Khaiat nas percussões.
Toumani Diabate e Roswell Rudd em MALIcool, é mais uma experiência muito bem conseguida da conexão entre o Mali e o Jazz americano. O tocador de Kora e o trombonista americano num projecto único que põe à prova as capacidades de improvisação de ambos os músicos.
Álbum de 2002 com Lassana Diabate no balafon, Basseko Kouyate em ngoni, Sayon Sissoko na guitarra, Sekou Diabate no djembe e Schroy Henry no baixo.
A musica argentina encontra o acordeonista Dino Saluzzi e a violoncelista Anja Lechner em Ojos Negros, um álbum de composições orquestrais em que a música flui, com as cordas acompanhando os movimentos do acordeão.
Álbum de 2007 que conta ainda com a participação de Felix Saluzzi, irmão do acordeonista.
O Masada vol.1, do quarteto do multi-instrumentista John Zorn, com Dave Douglas, Greg Cohen e Joey Baron, que seria a musica que Ornette Coleman tocaria se fosse um músico klezmer.
O excelente The Astounding eyes of Rita de Anouar Brahem, musica de uma beleza incrível, onde existem elementos de jazz, música árabe e música de câmara clássica na mais pessoal gravação do compositor tunisino. Musica do coração e da alma humana.
Algumas sugestões dessa aproximação que músicos dos mais variados géneros e países têm feito à musica de improvisação.
O álbum, "Al-Jadida", de Rabih Abou-Khalil é incrivel. Rabih é um musico libanês tocador de Ud - um instrumento sem trastes, parecido com o Alaúde europeu -, cujo trabalho mistura música tradicional árabe com jazz, rock e música erudita.
"Al-Jadida", é um álbum de 1990, com Sonny Fortune no sax alto, Glenn Moore no baixo e Ramesh Shotham e Nabil Khaiat nas percussões.
Toumani Diabate e Roswell Rudd em MALIcool, é mais uma experiência muito bem conseguida da conexão entre o Mali e o Jazz americano. O tocador de Kora e o trombonista americano num projecto único que põe à prova as capacidades de improvisação de ambos os músicos.
Álbum de 2002 com Lassana Diabate no balafon, Basseko Kouyate em ngoni, Sayon Sissoko na guitarra, Sekou Diabate no djembe e Schroy Henry no baixo.
A musica argentina encontra o acordeonista Dino Saluzzi e a violoncelista Anja Lechner em Ojos Negros, um álbum de composições orquestrais em que a música flui, com as cordas acompanhando os movimentos do acordeão.
Álbum de 2007 que conta ainda com a participação de Felix Saluzzi, irmão do acordeonista.
O Masada vol.1, do quarteto do multi-instrumentista John Zorn, com Dave Douglas, Greg Cohen e Joey Baron, que seria a musica que Ornette Coleman tocaria se fosse um músico klezmer.
O excelente The Astounding eyes of Rita de Anouar Brahem, musica de uma beleza incrível, onde existem elementos de jazz, música árabe e música de câmara clássica na mais pessoal gravação do compositor tunisino. Musica do coração e da alma humana.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
10 grandes pianistas do Jazz moderno.
Os criticos consideram que o Jazz se modernizou a partir dos anos 40, com o advento do Bop. Realmente, a partir desta altura há uma consciencialização da parte dos músicos, e o jazz deixa de ser uma musica dançante e passa a ser uma forma de arte. E no que mais se diferencia o Bop do Swing é exactamente no uso do piano: uma maior acentuação da mão esquerda, acordes livres, e solos velozes pela mão direita, ao estilo dos trompetes. Como o post de 10 grandes pianistas do jazz classico, também este, será sempre uma lista pessoal, logo subjectiva. Sabendo que não será consensual, desde já me penitencio. E sabendo que outra lista, com outros "grandes", poderia ser feita: com Tommy Flannagan, John Lewis, Red Garland, Erroll Garner, Hank Jones, Sonny Clark, Bobby Timmons, Ray Charles e outros. Fica para uma sequela...
Earl Bud Powell (12 de setembro de 1924 - 31 de julho de 1966)Foi um dos mais influentes pianistas do jazz. Juntamente com Thelonious Monk, foi a peça chave na evolução do Bop. Dele se pode dizer que traduziu a energia e a técnica melódica de Charlie Parker para o piano. Influenciou Sonny Rollins ou Miles Davis.
Bill Evans(16 de agosto de 1929 - 15 de outubro de 1980)foi um dos mais famosos e influentes pianistas americanos do século e vencedor de vários Grammy Awards. Seu sentido harmónico e suas interpretações originais e muitas vezes surpreendentes de standards de jazz, tiveram um grande impacto sobre várias gerações de pianistas.Entre eles estavam, Herbie Hancock, Chick Corea, Keith Jarrett,ou guitarristas como Lenny Brea e Pat Metheny.
Thelonious Monk (10 de outubro de 1917 - 17 de fevereiro de 1982)Geralmente considerado um dos mais importantes músicos de Jazz de todos os tempos. Tinha um estilo único de improvisação e compôs grandes clássicos, tais como os standards Round Midnight ou Blue Monk.É muitas vezes considerado como o fundador do Bebop, embora o seu estilo de tocar tenha evoluído de forma diferente desta forma de jazz. Suas composições e improvisações são cheios de harmonia e delicadeza áspera, numa abordagem pouco ortodoxa a tocar piano, que combinava um ritmo explosivo espasmódico com pausas dramáticas.
Earl Bud Powell (12 de setembro de 1924 - 31 de julho de 1966)Foi um dos mais influentes pianistas do jazz. Juntamente com Thelonious Monk, foi a peça chave na evolução do Bop. Dele se pode dizer que traduziu a energia e a técnica melódica de Charlie Parker para o piano. Influenciou Sonny Rollins ou Miles Davis.
Bill Evans(16 de agosto de 1929 - 15 de outubro de 1980)foi um dos mais famosos e influentes pianistas americanos do século e vencedor de vários Grammy Awards. Seu sentido harmónico e suas interpretações originais e muitas vezes surpreendentes de standards de jazz, tiveram um grande impacto sobre várias gerações de pianistas.Entre eles estavam, Herbie Hancock, Chick Corea, Keith Jarrett,ou guitarristas como Lenny Brea e Pat Metheny.
Thelonious Monk (10 de outubro de 1917 - 17 de fevereiro de 1982)Geralmente considerado um dos mais importantes músicos de Jazz de todos os tempos. Tinha um estilo único de improvisação e compôs grandes clássicos, tais como os standards Round Midnight ou Blue Monk.É muitas vezes considerado como o fundador do Bebop, embora o seu estilo de tocar tenha evoluído de forma diferente desta forma de jazz. Suas composições e improvisações são cheios de harmonia e delicadeza áspera, numa abordagem pouco ortodoxa a tocar piano, que combinava um ritmo explosivo espasmódico com pausas dramáticas.
Ahmad Jamal (2 de julho de 1930) Ahmad Jamal foi uma das principais influências musicais de Miles Davis e está considerado como um dos mais relevantes pianistas da história do Jazz. Jamal é um pianista do cool e da tradição clássica jazzística
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McCoy Tyner ( 11 de dezembro de 1938) é um pianista americano conhecido especialmente pelos seus trabalhos com o John Coltrane Quartet. Ao longo da sua carreira, tem tocado uma ampla variedade de estilos, embora sempre dentro da vanguarda jazzística: jazz progressivo, jazz modal, hard bop, etc; também se dedicou á musica afrocubana.
Wynton Kelly Extraordinario acompanhante e distinto solista, Wynton Kelly foi um dos mais prolíficos músicos do seu tempo. O seu estilo impecável e elegante, criou escola entre muitos pianistas. É um dos músicos de Kind of Blue, que muitos consideram o melhor álbum da historia do jazz.
Oscar Peterson (15 de agosto de 1925 - 23 dezembro de 2007) Pianista canadense e compositor, foi chamado o "marajá do teclado " por Duke Ellington. Lançou mais de 200 gravações, ganhou sete Grammy Awards, e recebeu inúmeros prémios e outras honrarias ao longo de sua carreira. É considerado como uma lenda do piano e teve uma carreira de mais de 60 anos.
Dave Brubeck (6 de dezembro de 1920), trata-se de um dos principais representantes do cool, e é um dos musicos de jazz mais populares. Liderou um dos melhores combos da historia, o Dave Brubeck Quartet, com Paul Desmond, que escreveu para a banda a composição Take Five. O estilo de Brubeck oscila entre o refinado e o exuberante, reflectindo influências da música clássica atrevendo-se com a improvisação.
Herbie Hancock (12 de Abril de 1940) é considerado um dos pianistas e compositores de jazz mais importantes e influentes. Trouxe para o jazz elementos da soul, do rock, do funk, e por ultimo até do hip-hop. Tocou sempre com os grandes nomes do jazz e fez parte do Miles Davis Quintet, dentro do qual redefiniu a secção rítmica. Apesar das suas experimentações a musica de Hancock, sempre se manteve melódica e acessível, alcançando alguns êxitos comerciais: Cantaloupe Island, Watermelon man, Chameleon ou Rock It.
Keith Jarrett (8 de maio de 1945) é um pianista e compositor que tanto toca jazz como música clássica. Jarrett começou a tocar com Art Blackey, depois com Charles Lloyd e Miles Davis, e teve sempre grande sucesso como solista. Nas suas improvizações nota-se não só desenhos do jazz, mas tambem de outros géneros, especialmente de musica clássica, do gospel, dos blues, e da musica folk.
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Simplesmente Miles.
Para muitos, Miles Davis foi o mais genial de todos os musicos Jazz. E é bem possivel que Miles mereça esse titulo, por tudo o que representou, e por todas as mudanças que trouxe para o Jazz.
Foi Miles Davis que criou o Cool nos anos 50, com esse emblemático "Birth of the Cool", lançado ainda em 1948, pela Blue Note, um álbum tranquilo, de canções elegantes e por vezes melancólicas; intrincadas mas ao mesmo tempo pop. Um álbum onde prevalece o clima de introspecção, que caracterizaria este género. Criou o jazz-fusion no inicio dos anos 70, quando lançou "Bitches Brew", o álbum de Jazz mais vendido de sempre, e talvez o mais revolucionário da história, e foi ainda Miles quem deu o primeiro "pontapé" para o aparecimento do acid-jazz na década de 80.
Era um solista, lírico e original e um líder de grupo bastante exigente: sempre acompanhado pelo seu trompete e rodeado de excelentes executantes, foi por certo o mais consistente e inventivo musico no jazz a partir dos anos quarenta até à década de setenta. As suas apresentações ao vivo e sessões de gravação com o seu ídolo, Charlie Parker, entre 1945 e 48, são míticas; assim como a sua aparição no Newport Jazz Festival, em 1955, após alguns anos de ausência devido ao consumo de heroína, e em que as suas improvisações sensacionais lhe trouxeram ampla publicidade e compromissos suficientes para estabelecer um quinteto com Red Garland, Paul Chambers, Philly Joe Jones e John Coltrane, mais tarde substituido por Rollins. Em 1957 Davis fez a primeira de várias gravações a solo, notáveis, no trompete, de orquestrações incomuns para o jazz, com arranjos de Gil Evans. Dos seus vários sextetos e quintetos fizeram parte músicos da envergadura de Cannonball Adderley, Red Garland, Bill Evans e Wynton Kelly; os bateristas Philly Joe Jones e Jimmy Cobb. Tocaram ainda com Davis, Herbie Hancock, Ron Carter, Tony Williams e Sonny Stitt, Jimmy Heath, Hank Mobley, Coleman George, Sam Rivers. E Wayne Shorter. Nos finais dos anos 60 e início dos anos 70, outros e influentes músicos juntaram-se a ele, Chick Corea, Joe Zawinul, Keith Jarrett, John McLaughlin, Dave Holland, Jack DeJohnette, Bill Cobham, Al Foster, Airto Moreira, criando novos sons, misturando as formas e técnicas do jazz com os instrumentos eléctricos do rock, forçando o aparecimento do jazz-fusion. Na década de 80, Miles Davis, foi descrito como uma "lenda viva", um título que detestava porque ia contra a sua inclinação de ser associado a uma nova e popular música, jovem e energética. O trompete de Miles silenciou-se em 28 de Setembro de 1991, morreu de pneumonia, insuficiência respiratória, e um acidente vascular cerebral. De personalidade díficil, muitas vezes contraditória, foi sem dúvida o grande revolucionário das linguagens do Jazz.
Descrever Miles Davis seria sempre um texto muito extenso, fica pois uma lista de Websites onde se pode procurar tudo sobre a sua vida e a sua obra.
Sons of Miles: musicos influenciados por ele
http://www.milesdavis.com/pt/home
Miles Ahead
The sound of Miles Davis
http://www.miles-beyond.com/
Foi Miles Davis que criou o Cool nos anos 50, com esse emblemático "Birth of the Cool", lançado ainda em 1948, pela Blue Note, um álbum tranquilo, de canções elegantes e por vezes melancólicas; intrincadas mas ao mesmo tempo pop. Um álbum onde prevalece o clima de introspecção, que caracterizaria este género. Criou o jazz-fusion no inicio dos anos 70, quando lançou "Bitches Brew", o álbum de Jazz mais vendido de sempre, e talvez o mais revolucionário da história, e foi ainda Miles quem deu o primeiro "pontapé" para o aparecimento do acid-jazz na década de 80.
Era um solista, lírico e original e um líder de grupo bastante exigente: sempre acompanhado pelo seu trompete e rodeado de excelentes executantes, foi por certo o mais consistente e inventivo musico no jazz a partir dos anos quarenta até à década de setenta. As suas apresentações ao vivo e sessões de gravação com o seu ídolo, Charlie Parker, entre 1945 e 48, são míticas; assim como a sua aparição no Newport Jazz Festival, em 1955, após alguns anos de ausência devido ao consumo de heroína, e em que as suas improvisações sensacionais lhe trouxeram ampla publicidade e compromissos suficientes para estabelecer um quinteto com Red Garland, Paul Chambers, Philly Joe Jones e John Coltrane, mais tarde substituido por Rollins. Em 1957 Davis fez a primeira de várias gravações a solo, notáveis, no trompete, de orquestrações incomuns para o jazz, com arranjos de Gil Evans. Dos seus vários sextetos e quintetos fizeram parte músicos da envergadura de Cannonball Adderley, Red Garland, Bill Evans e Wynton Kelly; os bateristas Philly Joe Jones e Jimmy Cobb. Tocaram ainda com Davis, Herbie Hancock, Ron Carter, Tony Williams e Sonny Stitt, Jimmy Heath, Hank Mobley, Coleman George, Sam Rivers. E Wayne Shorter. Nos finais dos anos 60 e início dos anos 70, outros e influentes músicos juntaram-se a ele, Chick Corea, Joe Zawinul, Keith Jarrett, John McLaughlin, Dave Holland, Jack DeJohnette, Bill Cobham, Al Foster, Airto Moreira, criando novos sons, misturando as formas e técnicas do jazz com os instrumentos eléctricos do rock, forçando o aparecimento do jazz-fusion. Na década de 80, Miles Davis, foi descrito como uma "lenda viva", um título que detestava porque ia contra a sua inclinação de ser associado a uma nova e popular música, jovem e energética. O trompete de Miles silenciou-se em 28 de Setembro de 1991, morreu de pneumonia, insuficiência respiratória, e um acidente vascular cerebral. De personalidade díficil, muitas vezes contraditória, foi sem dúvida o grande revolucionário das linguagens do Jazz.
Descrever Miles Davis seria sempre um texto muito extenso, fica pois uma lista de Websites onde se pode procurar tudo sobre a sua vida e a sua obra.
Sons of Miles: musicos influenciados por ele
http://www.milesdavis.com/pt/home
Miles Ahead
The sound of Miles Davis
http://www.miles-beyond.com/
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
Standards do Jazz: LOVER MAN (OH WHERE CAN YOU BE?)
James Edward Davis, Ram Ramirez e Jimmy Sherman dividem entre os três os créditos da composição, musica e letra, de Lover Man. Musica escrita originalmente em 1942, para ser cantada pela diva Billie Holiday, mas esta só a iria gravar em 1944, devido a uma disputa entre os musicos que a compuseram e as gravadoras, por falta de pagamento de royalties no estudio. Holiday só consentiu tambem em gravar a "Lover Man" com um ensemble de cordas, o que lhe viria a ser concedido. Gravou então a canção em 4 de outubro de 1944, com Toots Camerata and his Orchestra, para a Decca.
A Tin Pan Alley Song Encyclopedia, sugere que "Lover Man" "... é um tema musicalmente muito simples, mas consegue parecer complexo e texturizado por causa da harmonia rica."
“Lover Man” tem sido chamada a mais blue das baladas, com a sua melodia acentuada nos graves e a letra melancólica, era a canção adequada para a voz de Billie que na altura atravessava uma fase, na sua carreira, de tristeza e desânimo.
Embora Billie Holiday seja o artista de jazz mais intimamente associada com esta canção - a gravação de 1944 é um dos momentos decisivos na sua carreira - Sarah Vaughan , por sua vez, também desenvolveu uma relação profunda com "Lover Man", começando com uma gravação em 1945 ao lado de Dizzy Gillespie e Charlie Parker, e que é um clássico do bebop. A propria versão de Parker em Complete Dial Sessions Master Takes, é tambem um momento marcante da carreira de Bird, ainda que algo estranha devido á emocionalidade do desempenho. O pianista Ray Bryant tem a versão mais blues da musica, enquanto que a grande Ella Fitzgerald lhe deu deu elegãncia sem lhe retirar o seu desespero honesto. Outras gravações também muito bem conseguidas são as de Sonny Rollins em "Sonny Meets Hawks", a versão algo funk de Jimmy Smith no seu órgão Hammond em "House Party" com Art Blackey na bateria, ou a de Bennie Carter no álbum "A Gentleman and His Music, muito bem servido por Scott Hamilton, Gene Harris, John Clayton entre outros.
Precisa o Jazz de ser uma musica popular?
O Jazz nunca foi musica destinada ao consumo em massa no seu todo. O mais próximo que o jazz alguma vez teve de ser essa "música popular", foi nos dias das big bands. E até mesmo essa popularidade foi alcançada principalmente devido ao swing dançante que a maioria das grandes bandas usava.
Será muito difícil à grande maioria das pessoas "pegar" num estilo musical, quando realmente essa musica está sendo sendo tocada por uma questão de expressão individual, ou por falta de paciência ou por sofisticação para realmente poder escutá-la. Mas hoje nota-se que o jazz procura uma aproximação a sons mais acessiveis ao grande publico, muito através da promoção do género "smooth -jazz". E aí chega-se à grande questão: para quê? Numa época em que não adianta a forma da arte só a forma como ela vende, sentirá o jazz essa necessidade de comercialização em moldes populares? Notar-se-à aqui uma rendição do espírito free do jazz?
Quando o Jazz surgiu era visto como um híbrido, um composto entre o ragtime e os blues, esse novo género - a que se resolveu chamar Jazz - foi a musica mais popular do seu tempo. E hoje ainda tem essa singularidade, à medida que evolui e se torna mais sofisticado e refinado em sua apelação, continua a transcender a forma de arte mais "Pop" e a tornar-se de um gosto mais eclético. Pessoalmente congratulo-me com esta transição.
Agora forçando a popularização do género conseguir-se-á apenas a diluição da forma de arte. E nessa altura, quando o jazz se tornar "popular" de novo, então provavelmente vai sendo tempo de olhar para outra forma de arte musical e poder desfrutar.
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