"Pyramid", álbum da Atlantic Jazz, é uma obra deslumbrante. Requintado, rebuscado, pleno de espírito barroco, está entre as principais obras primas que o jazz nos permitiu conhecer. A importância deste registo, de 1958, é que contém uma das mais marcantes composições de toda a historia musical do Jazz, ou seja, "Django".
"Django" já foi executada centenas de vezes desde 1955.
O Modern Jazz Quartet estava no melhor período da sua existência, a fase mais madura sobre a liderança de John Lewis.
A música de MJQ é uma mistura mágica de uma bem definida e complexa estrutura musical, complexo derivado do clássico barroco de John Lewis, com a fluência melódica , a swingada influência melódica de Milton Jackson e do seu vibrafone.
Estas personalidades contrastantes, vão-se cruzando em todo o disco, mas é em Django que têm o melhor encontro. A passagem do crescendo emocionante de Milton Jackson para o solo moderado de John Lewis é apenas uma obra-prima em circulação. Numa alegoria, é como a imagem de como, às vezes, na vida temos de abrandar e restringir os sentimentos, para experimentar a tristeza do evento final.
Neste álbum há também as notáveis "Vendome" e "Pyramid", a primeira pelos deliciosos contratempos, a segunda pelo prazer de ouvir os diálogos intensos entre o piano e o vibrafone.
No entanto, a música do Modern Jazz Quartet tem uma limitação, é de um tipo único que nunca se poderá tornar um estilo, ou sequer uma tendência; nunca ninguem poderá imitá-los, infelizmente, MJQ representa um nicho sem descendentes. Ainda assim, o rigor formal da musica da banda de John Lewis, Milt Jackson, Percy Heath e Connie Kay, serve como ponto de referência para alargar o mundo da música jazz de tal forma que permite a sua aceitação em todos os lugares, incluindo conservatórios clássicos.
De facto este álbum é a demonstração de que o Modern Jazz Quartet é o grupo de Jazz mais coerente que sempre existiu, mais homogéneo e determinado de todo o jazz.
Músicos:
John Lewis, piano; Milton Jackson, vibrafone; Percy Heath no contrabaixo; Connie Kay, bateria.
Tracks: 1- Django; 2-Vendome; 3-pyramid
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