domingo, 15 de janeiro de 2012

A tristeza no Jazz.

Talvez Lester Young tenha sido a personagem mais triste, entre todos os grandes nomes do jazz. No livro de Ben Ratliff , "Jazz: A Critic's Guide to the 100 Most Important Recordings", o autor fala de Lester Young e da sua lendária tristeza, geralmente atribuída à obrigação de cumprir o serviço militar: "Young era um notável intérprete, e a sua musica possuía uma qualidade tão intensa que se um actor a personificasse, seria Peter Lorre, com os seus olhos enormes e assustados, como os de um musico de jazz amador que vai tocar pela primeira vez com o seu musico preferido.". Mas quando se ouve a musica de Lester Young não sobressai só a tristeza, ou então é como se o saxofonista nos dissesse: "Ok, se gostas da tristeza, perfeito. Se precisas desta arte para te sentires triste, perfeito. Mas não associes a tristeza que sentes ao ouvir a minha arte com a tristeza que eu sinto ao tocá-la. Há uma distância entre ambas". A musica de Young tem essa ambiguidade, a de ser eternamente triste, junto com a capacidade de nos fazer lembrar que os artistas são os mais esperançosos de todos os seres humanos.

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