segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

As sonoridades únicas de Bill Frisell

Frisell descobriu o jazz na música de Wes Montgomery, e foi colega de escola de Pat Metheny, na Berklee School of Music. Jim Hall foi também uma influência importante, principalmente em termos de melodia. Em meados dos anos 70, Frisell começou a afastar-se do puro bebop e começou a fundir outros interesses musicais. Foi por volta desta época que começou a desenvolver o seu som atmosférico, quase mictrotonal. Frisell descobriu que, usando uma guitarra com um pescoço flexível, podia manipular a entonação do instrumento. Uma combinação de técnicas experimentais e processadores de sinal, como delay e reverb, deu a Frisell um som diferente de qualquer outro guitarrista. Um som sofisticado mas acessível que lhe valeu ser requisitado por inúmeras vezes para gravar com Jan Garbarek ou Paul Motian, ou com os músicos de jazz experimental, John Zorn e Tim Berne. Embora Frisell seja mais conhecido pela sua técnica de guitarra, o seu dedilhado que lhe proporciona um som "ambient", e o seu jazz harmonicamente fluente, a sua estética transcende as fronteiras de qualquer estilo determinado. Mas talvez seja a sua liberalidade musical - a sua música inclui características de rock, country, bluegrass e variados estilos - que lhe proporciona aquela paleta de sons que vai além dos guitarristas do jazz típico. Bill Frisell é um dos músicos mais singulares da sua geração. Para além das ínumeras contribuições com outros artistas, como Jan Garbarek (Paths, Prints de 1981), ou o baterista Paul Motian (Psalm (1982), ou Vinicius Cantuária (Lágrimas Mexicanas em 2010), é de ouvir com deleite o recente "All We Are Saying, Frisell Plays Lennon", uma revisitação dos clássicos de John Lennon, com o guitarrista Greg Leisz, Jenny Scheinman no violino, Tony Scherr no baixo e a bateria de Kenny Wollesen.

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